quinta-feira, 31 de maio de 2012

É tudo mentira


Tanto da bancada do Governo como do maior Partido da Oposição, o debate quinzenal na Assembleia da República foi um retrato fiel do «espírito jota» do tempo do «cavaquismo» ao seu melhor nível, de onde são oriundos Pedro Passos Coelho e António José Seguro.

Afinal, governar ou assumir a responsabilidade da alternância são tarefas fáceis. O Estado é uma «coutada» do «Bloco Central» e o que mais importa é que os «chefes» saibam manter blindadas as «fatias do bodo» que lhes cabem, de modo a que se conservem, como patrocinadores tributários das duas maiores «tribos» acampadas na engrenagem dos aparelhos estatais, cujos «índios» tudo devem aos seus «senhorios» e estes, por seu turno, também tudo ficam a dever aos seus «vassalos».

É, assim, entendido como a maior das «virtudes» conquistar poder e depois reparti-lo pelas «irmandades», pois para esta gente a política é isso mesmo: um «negócio». Esta «escola» começa (começava) geralmente nos liceus, através das associações de estudantes, prosseguia nas faculdades e foi por aí fora até ao topo do Estado.

Quando, como agora, muito se interroga a geração que fez o 25 de Abril sobre «o que falhou», ouvimos de tudo um pouco, mas raramente é dito que a principal falha foi a classe política de 70, 80 e 90 não ter sido capaz de preparar a «passagem do testemunho», com garantias de que quem lhes sucederia seria melhor, por forma a assegurar um salto qualitativo, desde as fileiras partidárias às mais altas funções de Estado.

O «sistema», em vez de se abrir e regenerar, regrediu e deixou-se enquistar, e o resultado está à vista.

Pedro Passos Coelho e António José Seguro bastam-se e estão bem um para o outro, mas nem um nem outro estão bem ou chegam para o País. Os comércios precisam de «governo» mas o Governo não precisa de «comerciantes». Um e outro conhecem Portugal «ao kilómetro», ambos sabem «a cantiga de cor», e os dois conhecem como ninguém como é que «do nada» se ergue um punhado de «bandeiras». 

O «resto», pouco importa: um carro escuro de alta cilindrada, uma «espécie de corte», meia dúzia de fotos com «altas individualidades» no estrangeiro, uma boa equipa a trabalhar «a imagem», umas poucas «figuras consagradas» de cabelos brancos para dar «um ar» à coisa, jornalistas com fartura «em redor», umas entrevistas em «horário nobre», som, música, palco, claque... e já está!

Uma vez «alcançado o pote», vale a pena mudar? Não. A alternativa é pior. Imagine-se o que seria o Secretário-Geral do PS em S.Bento!
Entretanto, a Troika, os verdadeiramente poderosos, o capital e os grupos de pressão encarregam-se de ir governando, de facto, embora fazendo crer aos líderes que eles não são «comissários», mas «autênticos governantes», plenos de legitimidade democrática.

No meio deste «teatro», que é capaz de «dar vómitos a um suíno», «bastardo» é quem diz estas «grandes mentiras».

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Realpolitik neste quinzenal


Passado quase um ano sobre a data da tomada de posse (21 de Junho de 2011) do XIX Governo, o Primeiro-Ministro escolheu o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) como tema para abrir o debate quinzenal de hoje no Parlamento. Esta opção faz sentido... se trouxer «água no bico».

A data deste debate, 30 de Maio de 2012, ficará para a história como o marco que assinala o fim do «estado de graça» do Executivo, e também um «fim de estação», ainda antes das férias parlamentares e do termo da 1ª Sessão Legislativa da corrente (XII) Legislatura.

Pedro Passos Coelho, como temos dito, tem «dado o peito às balas», por vezes em demasia. A verdade é que, no cômputo geral, o Chefe do Governo tem superado razoavelmente os obstáculos com que se tem deparado.

Porém, a maior «prova de fogo» do actual Primeiro-Ministro, o teste definitivo que ditará para que lado da linha pende Passos Coelho, a resposta à interrogação, por responder, que está em sabermos se o líder do PSD é um político ou um estadista, acontecerá hoje na Assembleia da República.

«Joga-se», nem mais nem menos, a «cartada» da solidez da coligação, a endurance do homem que guia o destino do País, a estabilidade política e, em última análise, o grau de confiança que os portugueses podem depositar na instituição governativa.

Dizíamos que a opção temática para o debate quinzenal de hoje faz sentido... se o Primeiro-Ministro tiver uma ideia bem gizada para levar ao Parlamento, antecipando-se à realidade, apresentando um conjunto de medidas fortes, categóricas, que «cortem pela raiz as raízes dos sarilhos» em que o Governo está metido.

Primeiro, a privatização da RTP: 

O Executivo deve emendar a mão: privatizar a RTP é um erro. O serviço público prestado de radiotelevisão deve continuar a existir, mas através de um canal com «conteúdos de qualidade», que não dispute audiências aos «sensacionalismos, vedetismos e exorbitâncias» das estações privadas. Mais acertado seria, em vez de privatizar o Canal1, simplesmente fundi-lo com a RTP2, extinguindo-se os demais, com excepção da RTP Internacional. É uma opção puramente política. Portugal não é rico. Os contribuintes aceitam pagar desde que estejam seguros da criteriosa aplicação dos seus impostos. Um bom canal público generalista «dá e sobra», portanto.
                
Depois, o SIRP:

A solução não andará longe disto: ordenar que sejam «chamados à pedra» todos os quadros, mandar selar tudo o que não seja absolutamente necessário, proceder a uma imediata recomposição dos serviços, criar  uma task force para permanente e efectiva fiscalização do plano, remeter com urgência às autoridades competentes eventuais indícios de irregularidade, delito, ou crime, para que «os justos» sejam resgatados e os «ímpios» punidos.

Por fim, o Governo:

É tempo de «adaptar»: mais vale fazê-lo já, que adiar e deixar «gangrenar» todo o Executivo, assim como a    relação com o parceiro de coligação. Os Ministérios inoperacionais pela sua «super» dimensão têm de ser reconfigurados nas respectivas orgânicas. Há Ministros que devem sair? Que saiam antes do Verão... para dar tempo aos novos titulares de estudarem os dossiers até Setembro, pois se uma parte do País vai de férias, o Governo não, e o Outono prevê-se igualmente «quente». O Primeiro-Ministro não pode arriscar uma equipa «lesionada» na rentrée.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Justo reconhecimento


No Dia dos Açores - que, quiseram os fundadores da Autonomia,  «outorgada» na Constituição de 1976, fosse assinalado na Segunda-feira seguinte ao Domingo de Pentecostes, selando, assim, a «união mística» entre o culto ao Espírito Santo e a açorianidade, expresso na apreensão telúrica e simbólica com que Natália deu forma de letra ao Hino da Região - são agraciadas pessoas que se notabilizam por méritos pessoais ou institucionais, actos, feitos cívicos ou por serviços prestados ao povo açoriano. 

Este ano, foram atribuídas as seguintes Insígnias Autonómicas, a saber e por ordem:
De Reconhecimento, de Mérito, e de Dedicação.
  
Entre as mais insignes personalidades das ilhas portuguesas distinguidas, conta-se o jus feito a Renato Moura, lídimo florentino, valoroso açoriano e cidadão de reconhecidos méritos profissionais, políticos, cívicos e sociais, cuja entrega maior à causa pública e ao serviço da comunidade eleva o homenageado ao merecido patamar «senatorial».

O percurso de Renato Moura é conhecido, extenso e demasiado intenso para ser aqui revisitado. Apraz-nos aqui, acima de tudo, subscrever a justeza desta atribuição, assistindo-nos, estamos em crer, alguma legitimidade, apesar da amizade.

Registamos como de especial significado as palavras do nosso conterrâneo que, quando interpelado pela comunicação social, através de um verbo simples, soube ser grande sem desvirtuar ou conceder no melhor da sua essência, quando disse que "Uma insígnia não se pede nem se recusa, recebe-se...", ou que sempre procurou actuar "Em liberdade e com coragem...", prosseguindo com Deus, em "saúde".   

São esses os nossos votos: 
Que continue a ser livre e corajoso. E que não lhe falte saúde para tamanhos desideratos, os quais, diga-se, sendo bens individuais, a comunidade muito carece, para exemplo e fortalecimento colectivo. 
Bem-Haja!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Para ouvir com calma...


«Paciência»
Lenine, ao vivo
Álbum «Na pressão», 1999

domingo, 27 de maio de 2012

Realidade dual


Foto: Rui Oliveira, Global Imagens

É evidente que Portugal está a atravessar muitas dificuldades, e que a generalidade dos portugueses faz grandes sacrifícios para continuar a viver dentro de padrões condizentes uma certa dignidade, sendo certo que muitos há, sobretudo os desempregados e os idosos, cujo maiores esforços, por si só, não chegam para afastar o limiar da pobreza, a não ser que recebam ajuda. A desigualdade social é cada vez mais notória, com uma classe média que mirra, acentuando-se a olhos vistos o fosso entre condições sociais.

Todavia, se o País é desigual, já a realidade é dual, sendo que uma e outra não são a mesma coisa.

O «Portugal político», da Troika, dos telejornais, das lutas de poder e das polémicas é um, ao passo que o «Portugal real», das pessoas, do trabalho, da solidariedade e da vida, que continua, é outro.

Os portugueses fazem coisas formidáveis todos os dias. 

Vejamos dois exemplos, de ontem:

Sobre o primeiro dia da campanha nacional da recolha de alimentos do «Banco Alimentar», diz a agência Lusa que, "As doações ao Banco Alimentar registaram um aumento de 18 por cento no primeiro dia da campanha nacional de recolha, disse hoje à agência Lusa a presidente da organização.

Em declarações à agência Lusa, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, indicou que às 18 horas de sábado, a ronda pelos 19 bancos da organização indicavam a recolha de 600 toneladas de alimentos.

"Essa quantidade representa um aumento de 18 por cento em relação ao primeiro dia de recolha na campanha de maio do ano passado", enquadrou.

A instituição organiza campanhas nacionais de recolha de alimentos duas vezes por ano: uma em maio, e outra em dezembro.

Apesar da situação de crise do país, os primeiros valores apontam para o aumento de adesão das populações à campanha: "É extraordinário e um sinal de coesão e de grande generosidade".

"É talvez por causa da crise que as pessoas aumentaram as doações. Este resultado é muito animador", disse ainda Isabel Jonet."

A propósito do «Rock in Rio», diz a mesma agência noticiosa que, "Cerca de 81.000 pessoas entraram até às 21:00 no festival Rock in Rio Lisboa, para assistir nas primeiras horas a um encontro transatlântico entre os Xutos & e os Titãs e receber, de forma apoteótica, os Offspring.

Com quase o dobro dos espetadores no Parque da Bela Vista, comparando com sexta-feira em que estiveram 42.000, o segundo dia do Rock in Rio Lisboa contou com uma atuação dos portugueses Xutos & Pontapés com os brasileiros Titãs, "irmãos" no rock em português." 

Ora, se Portugal estivesse assim tão de braços caídos e assim tão deprimido, como por vezes somos levados a pensar, alguém acha que os portugueses conseguiriam juntar num único dia 600 toneladas de alimentos para os mais carenciados, ou que em dois dias já teriam entrado no Parque da Bela Vista mais de 120.000 pessoas para assistir ao festival «Rock in Rio»?

Estes, e muitos outros sinais, fazem-nos crer que, independente dos quadros macro-económicos e políticos que possamos ter de enfrentar num futuro mais ou menos próximo, a comunidade nacional saberá «dar a volta ao texto» e prosseguir a sua caminhada histórica sem soçobrar. Assim saiba o povo conservar em capital social o que parece faltar em discernimento, da parte dos grupos de poder.

sábado, 26 de maio de 2012

Uma questão de crédito

Se alguém tiver uma dívida a um banco de cem mil euros e entrar em incumprimento, tem um problema. Mas se a dívida for de dez milhões de euros, o problema passa a ser do banco.

É um pouco isto que se passa com a polémica que estala e o fumo que se propaga em torno de Miguel Relvas. 

Pedro Passos Coelho, que ainda há dias, à margem da Cimeira da NATO, em Chicago, meteu «as mãos no fogo» pelo seu Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, aparece cada vez mais nesta equação como «o banco».

É sabido que o tempo dos tribunais é mais vagaroso que o tempo da política, e que o tempo da política é ultrapassado pelo tempo mediático, ainda mais veloz.

Bem pode apurar-se que Miguel Relvas «não praticou crime algum» em qualquer dos casos mediáticos de que é alvo e que a sua conduta, no plano político, foi «pautada pela normalidade», embora merecedora de um ou outro reparo aqui ou acolá. Pode acabar por ser esse o entendimento do Ministério Público, caso decida intervir, da Entidade Reguladora da Comunicação Social, já no terreno, ou mesmo do Parlamento, pronto para fervilhar.

Todavia, os períodos de «incubação» e «maturação» por parte destas entidades é sempre retardado, quando comparado com a voragem das conclusões mediáticas e os danos entretanto causados ao Executivo, para os quais não há «indemnização política» possível.

Em última análise, é uma questão de «crédito e de tempo» que, pela sua dimensão, ultrapassa um membro do Governo, indo parar às costas do Primeiro-Ministro.

Quem tem um problema para resolver é, portanto, Pedro Passos Coelho. Deve ponderar e actuar, depressa e bem. Se nada fizer, corre o risco de «malbaratar o seu crédito», colocando-se, a si próprio, com «a cabeça a prémio» diante de todos os que agora vão apontando Miguel Relvas a dedo, para «descrédito» geral.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Adenda à adenda de Portugal

A propósito da aprovação da «Adenda ao Pacto Orçamental», proposta pelo PS, para a posição de Portugal na próxima Cimeira Europeia, «do crescimento», agendada o fim de Junho, em Bruxelas, o comentário de Clara Ferreira Alves, em entrevista concedida a Ana Lourenço no Jornal da Noite da SIC/Notícias, devia ser anexado à Adenda e fazer parte integrante do documento português. Para a Europa ver.

Aqui fica o link: 
http://sicnoticias.sapo.pt/programas/edicaodanoite/article1567648.ece

domingo, 20 de maio de 2012

Académica - o brio ainda é capital

foto: TSF online, 20.05.2012
Última e primeira. Ontem e hoje. Sempre Briosa. A vitória desta tarde no Jamor, mais uma lição. Setenta e três anos depois (1939), a Taça de Portugal volta a Coimbra. Excelente prova!    

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Os 5 melhores bancos

Os bancos da escola

Os bancos do carro

Os bancos do jardim

Os bancos de cozinha

Os bancos de areia

quinta-feira, 17 de maio de 2012

(In)vista de perto

Foto: Visão, 16.05.2012
Visionada, visionária, ou apenas «olhos para os negócios»?

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sinais grandes

Impressionante, as enchentes de fiéis peregrinos verificadas nestes 12 e 13 de Maio no Santuário de Fátima, bem como, nos mesmos dias, a quantidade de romeiros que se deslocaram ao Largo de São Francisco, em Ponta Delgada, para as festividades em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Dá que pensar.

Passos de seguro

António José Seguro conseguiu na última semana as suas duas melhores intervenções desde que é Secretário-Geral do PS. Na Quinta-feira, nas declarações à saída da audiência com o Presidente da República, e na Sexta, no  debate mensal na Assembleia da República. Esperamos que estes passos de Seguro signifiquem um acerto para manter da parte do líder da oposição, cujo estatuto exige um discurso firmemente ponderado.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vergar antes de partir

Foto: Reuters
Caso os alemães estivessem contentes (veremos em breve) podia dizer-se que Angela Merkel chegou sempre atrasada às soluções europeias por causa das razões/pressões internas.
Os europeus estão fartos da Chanceler.
Os alemães não parece que estejam propriamente entusiasmados com a «Sra. Europa».
A Senhora Merkel está metida numa «camisa de sete varas». 
Não há saída triunfal que lhe sobre.
Resta-lhe apenas «optar» pela única posição razoável:
Vergar antes de partir.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Jogar pelo seguro

Desde o discurso da «ruptura democrática» do PS nas comemorações do 25 de Abril, passando por notáveis ausências de protesto nessa mesma sessão, até à presença de António José Seguro num comício de François Hollande, e da mensagem de felicitações pela vitória que se lhe seguiu, (onde o tratamento por «tu» faz lembrar um pouco aquela frase de Guterres que, dizia, tratava não sei quantos governantes da Europa na segunda pessoa do singular), anda a germinar a ideia de que «o PS deve romper com a Troika».

Era bom que Seguro não embarcasse nessa aventura, como quem não sabe para onde navega mas só sabe que não aproa para ali. 

Primeiro, uma tomada de posição dessa natureza deveria ser sempre nacional e nunca de um só partido.
Segundo, teria de existir um «plano B», com a alternativa ao plano de ajuda externa em vigor, bem como sobre as consequências internas e no contexto da UE que isso acarretaria.
Terceiro, o País precisaria de garantias de estabilidade política e o apoio da sociedade civil.
Quarto, os portugueses deveriam saber de antemão qual o novo rumo a seguir.
Quinto, Portugal precisaria de aliados para uma «solução» desse tipo.

Não pode acontecer, jamais, é quebrar-se um compromisso nacional, num dia, e no outro dar-se um passo para o abismo.

Era bom que Seguro não olhasse apenas para França e as expectativas que todos temos sobre aquilo que os novos ventos do Eliseu podem representar para a «Europa do crescimento e da solidariedade». A janela de esperança que Hollande veio abrir não pode encobrir o resultados das eleições na Grécia, que já rasgou acordos, já teve um governo de unidade nacional, já viu parte da dívida perdoada, enfim... já fez quase tudo o que há para fazer, e agora só lhe falta saber se consegue auto governar-se, dentro ou fora do euro...

É também bom lembrar que o PS ainda hoje diz que o Acordo com a Troika deveu-se ao chumbo do PEC IV, determinado por Passos Coelho ao PSD ou, talvez melhor, pelo PSD a Passos Coelho.

Quererá o PS que António José Seguro seja um Pedro Passos Coelho em ponto pequeno?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vai a TAP e fica a SATA?


O «Memorando» com a Troika veio determinar uma série de privatizações.
Algumas suscitam-nos várias reservas. Outras, discordamos.
 É o caso da TAP.
Não entendemos a razão de alienar uma empresa de bandeira, tão importante a vários níveis, ou a nossa transportadora não despertaria os «vorazes apetites» que, diz-se, existem.

Mas se o caso da privatização da TAP é emblemático, o caso da SATA Internacional não deixa de ser intrigante, despercebido que tem passado.
Parece que esta é para manter.

Qual será o critério para a ambivalência?
Uma questão de «apetites»?
Ou será que não há mas é critério nenhum?

domingo, 6 de maio de 2012

FCPorto, lua cheia

Para alegria dos seus sócios e adeptos, nesta «noite de perigeu azul e branco», o FCPorto averbou no Estádio do Dragão mais uma vitória num derby, e assim carimbou a conquista de mais um Campeonato. Parabéns ao Porto. Que na próxima época consiga levar longe o nome de Portugal na Champions League.

sábado, 5 de maio de 2012

Neste campo aberto ao céu...

«Marcha dos Desalinhados»
Delfins - Caminho da Felicidade

sexta-feira, 4 de maio de 2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mourinho Real


Mourinho foi carregado pelos jogadores após a vitória (AFP, Cesar Manso)

Debate sensaborão


Se fosse «a feijões», poder-se-ia dizer que o Presidente Sarkozy tinha ganho o debate. É mais vivo, mais rápido, mais expressivo e interpela melhor. Além disso, tem mais experiência. Faz lembrar um pouco José Sócrates. Já o Senhor Hollande é uma figura pouco dada a palco. Mas revelou-se «sonso» e até mordaz com o adversário. Engana-se quem subestima o seu «nervo».

Quanto ao «sumo», o debate pouco terá mudado a opinião feita sobre os candidatos. Nicolas Sarkozy teve de justificar os seus 5 anos no Eliseu e aliança com Angela Merkel no processo europeu. Passou a ideia de que é um Presidente capaz de livrar o seu país dos males piores. François Hollande, em vantagem, também ele acabou por não arriscar, optanto pela sinalização das linhas de mudança que ecoam um pouco por toda a parte sobre a necessidade de uma União Europeia apostada no crescimento por contraposição à austeridade dos «neoliberais». Passou a ideia de que a sua eleição significará um desanuviamento e uma esperança para França e para a Europa, talvez inspirado, dizemos nós, na imagem daquilo que Obama significava para os EUA e o Mundo em 2008, salvaguardadas as proporções. O que é certo é que em 2008 o Mundo queria Obama na Casa Branca, e em 2012 a Europa quer Hollande no Eliseu.

Resumindo, foi uma debate importante, mas «chato» de ver, demasiado «mastigado», sem rasgo e sem brilho. Foi um retrato daquilo que são as políticas e as lideranças europeias actuais, e da falta de líderes fortes e carismáticos, que despertem entusiasmos e paixões.

Após este debate, derradeiro, antes da eleição do 8º Presidente da V República Francesa, percebe-se melhor agora por que é que Marine Le Pen obteve cerca de 20% dos votos na 1ª Volta.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

Portaria diz: Segurança Social vai de mota!


O Governo deu hoje luz verde ao Fundo de pensões da Segurança Social para investir na banca independentemente do risco.


O Executivo publicou hoje em Diário da República uma portaria onde acaba com as restrições impostas ao Fundo de estabilização Financeira da Segurança Social (FEFFS) - criado para assegurar o pagamento de pensões quando o sistema entrar em défice - que até aqui não podia investir em dívida privada classificada com de risco.
Com as sucessivas descidas de ‘rating', a maioria dos bancos nacionais já está abaixo do limiar definido anteriormente, assim o Governo decidiu suspender, apenas durante o período de vigência do programa de ajustamento, estes limites e autorizar a segurança social a investidor em dívida privada independentemente do risco.
"Tendo presente que o acordo de assistência financeira em vigor entre o Estado Português e a União Europeia, que enquadra o sistema bancário português, assegura condições adequadas de protecção dos investimentos do FEFSS, pretende-se suspender, temporariamente, as restrições previstas no actual Regulamento de Gestão do Fundo no que se refere à classificação de risco das instituições bancárias nacionais", lê-se na portaria hoje publicada em Diário da República e assinada pela Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças e o Ministro da Solidariedade e da Segurança Social.

Fundo será necessário dentro de 20 anos
As projecções mais recentes, publicadas no Orçamento do Estado, indicam que o défice do subsistema previdencial vai chegar entre 2030 e 2035, o que significa que poderá ser preciso recorrer ao FEFSS.
O Governo já disse que a sustentabilidade do sistema é uma preocupação central e a proposta de Grandes Opções do Plano (GOP) 2012-2015 aponta mesmo para o plafonamento, ao referir "a introdução para as gerações mais novas de um limite superior salarial para efeito de contribuição e determinação do valor da pensão". O documento fala na avaliação da "revisão do Sistema Público de Segurança Social" de forma a garantir, nomeadamente, a "sustentabilidade financeira inter-geracional".


FONTE: Económico, 30/04/12 11:10