terça-feira, 28 de agosto de 2012

Yes, you can bet


Depois da declaração de António Borges sobre o modelo na calha para a RTP, que deixou o País entre o pasmo e o incrédulo, não tardou a fazer-se ouvir um grande coro de reacções, o qual, poderia dizer-se, é a mais ampla e plúrima das frentes anti-Governo a que este Executivo já assistiu desde que que iniciou funções.
 
De facto, a ideia aventada conseguiu a «proeza» de juntar todos contra um, formando-se um cerco tal que o Governo não podia ter ficado mais isolado. Isso, só por si, não seria motivo bastante para «impôr» a medida caso, apesar de impopular, a medida contivesse ponderosas razões e fosse a mais acertada.
 
Tanto não é que o vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, aproveitou a Universidade de Verão da JSD para  á margem vir aclarar que se trata apenas de uma hipótese de trabalho baseada num estudo.
 
Yes, you can bet: - a ideia do Governo tem «chumbo garantido e, como tal, mão passará.     

sábado, 25 de agosto de 2012

Liquidação total

Se o que dizem os jornais é verdade, e o Governo está mesmo a preparar  a extinção do Canal 2 e «oferecer» a antena do Canal 1 da RTP a sabe-se lá quem, estaremos perante um caso muito bicudo, de contornos políticos e empresariais escaldantes, quando não perniciosos.
 
Já aqui dissemos o que há muito defendemos:
Parece-nos razoável acabar com um dos dois canais e limitar o outro a publicidade institucional. Seria, no fundo, uma reestruturação do serviço público de televisão, onde o Estado expurgaria dos seus conteúdos autêntico «lixo televisivo», grande parte das vezes adquirido a preços exorbitantes e, sem se olhar a audiências, em vez disso, haveria uma grelha de programas consonantes com o que se exige de uma estação paga com o dinheiro dos contribuintes - qualidade.
 
A «solução» agora aventada, não prossegue nenhum desses objectivos, para além de vir claramente ameaçar a SIC e a TVI, as quais vão ter de disputar a concorrência desleal de um concessionário manifestamente favorecido à partida.
 
Todos sabemos que este Governo aliena sectores de importância estratégica, com a facilidade de um feirante. Está no «código genético» do Executivo de Passos Coelho, sempre a coberto dos compromissos com a Troika. O que não se sabia é que este Governo também gosta de «doar», com a ligeireza de um lojista em tempo de «liquidação total».
 
Mas o Governo, pelo menos neste assunto, para além de revelar ausência de sentido de Estado, e zero de inteligência, enreda-se também num imbróglio estúpido: toma a oponião pública por parva, actua como se pudesse fazer o que lhe apetece impunemente, e «compra uma guerra» com os media portugueses. Faz exactamente ao contrário do que disse Passos Coelho no Pontal: uma reforma contra os profissionais do sector. Todos. Ou alguém acha que quem trabalha na SIC e na TVI não se sente ameaçado, e que esses quadros não vão ser solidários com os seus colegas da RTP?
 
Se não fosse o argumento do Memorando com a Troika e o «imperativo nacional» de conservar estabilidade política, o Governo já tinha cambaleado por causa de várias «trapalhadas». Ninguém pode dizer que não seja desta vez que o Executivo seja empurrado para o corredor do «aguenta-te, não caias».
 
Esperemos agora pela apresentação dos moldes em que será feita a concessão, e pelo Grupo que vai explorar o Canal 1... enfim, uma grande «novela».

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Gin é no Peter

As agências e institutos de previsão meteorológica, como esta, http://www.nhc.noaa.gov, enganaram-se. Por cá, a comunicação social foi atrás, e anda há dias a falar da passagem de um furacão nos Açores, como se as ilhas estivessem para ser varridas do mapa.

Como se fosse coisa rara ocorrerem este tipo de fenómenos no Arquipélago, para mais tratando-se de tempestades tropicais.  As autoridades locais, então dessas é que não se fala!

É claro que os responsáveis devem actuar em conformidade com os avisos e que os mecanismos previstos devem ser accionados.
Mas também não é motivo para alimentar tanto alarido, dando impressão que a Protecção Civil dos Açores estava em «teatro de guerra».

Por outro lado, esquecem-se sempre de enquadrar e contextualizar.
Os Açores, cujo território comum ao Arquipélago é o mar, portanto, região descontínua, são constituídos por NOVE ilhas, agregadas em TRÊS Grupos dispostos longitudinalmente no Atlântico numa extensão de mais de 600 km, de uma ponta à outra!

Será que niguém pensou na imagem (com que tantos tanto se preocupam) e nos reais prejuízos para a débil economia regional que todo este afã acarreta, para além preocupar exageradamente montes de pessoas de toda a parte, ansiosas por saber notícias de familiares ou amigos?

No Verão passado, foi a «crise sísmica na Ilha do Faial»... estávamos lá e não demos por nada, a não ser o telefone a tocar.

Este ano é o «Furacão Gordon»... passou por Santa Maria e, segundo o Público, Carlos César diz que não foi registado "nada de substancialmente grave, que coloque em risco alguma infra-estrutura, bens ou pessoas", aproveitando o Presidente do Governo Regional para elogiar a "resposta muito eficaz" que foi dada pela Protecção Civil. "Houve um grande trabalho de prevenção, de que estamos agora a ver os resultados", referiu ainda.

Mas quais resultados se o furacão acabou por não causar "nada de substancialmente grave"?
Ou estaria Chefe do Executivo Regional a referir-se ao «feito» de terem conseguido montar um centro de operações e ter todos os serviços e entidades em contacto?
Não é isso, afinal, o que se faz habitualmente nos simulacros?

Com toda a gente de olhos postos nas ilhas, o «Peter» http://www.petercafesport.com/ devia mas era convidar todos a visitar a Horta, dizendo que tem gin melhor que Gordon, e que as pessoas podem sentar-se na esplanada e contemplar o Pico enquanto tomam a sua bebida refrescante. Era promoção garantida e a custo zero, coisa que tanto o Governo Regional como algumas Câmaras Municipais dos Açores têm dificuldade em entender.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ao centro no Pontal


Vimos agora, através do YouTube, o discurso de Pedro Passos Coelho no Pontal.

A intervenção foi longa e «à defesa», puxada ao centro. 42 minutos e 59 segundos, onde começou «assim assim», melhorou a meio, perdendo-se um pouco no fim, com aquela questão da falta de crédito e das razões que levaram a banca à crise financeira. Resultou num 3, na escala de 1 a 5.

Cinco notas ressaltam da mensagem do Chefe do Governo:

1) A ideia, amiúde repetida, de que não há outro caminho que não seja aquele que tem vindo a ser trilhado - não empurrar a dívida pública «com a barriga» para a frente e desonerar as novas gerações dos desmandos passados;

2) A preocupação, mais que evidente, em separar o PSD do Governo e a sociedade civil do Estado - quis ser mais o Primeiro-Ministro que o líder do PSD e da Coligação a falar, para «apagar fogos» e a ideia ultimamente acentuada dos favorecimentos clientelares e dos «jobs for the boys»;

3) O sinal político, expressivo, endereçado ao PS e aos parceiros sociais, de que está disposto a dialogar e a negociar - numa tentativa de restauro de um certo consenso político, também em nome da coesão social;

4) A muito americana «regra de ouro», colocando o debate na questão «mais despesa pública mais impostos versus menos impostos menos apoios estatais» - também aqui a puxar as três forças partidárias que subscreveram o Memorando com a Troika para uma concertação de esforços, a que a proximidade da discussão do OE/2013 não é alheia;

5) A tónica na «governação horizontal», pondo o Executivo entre um dos múltiplos agentes da resposta patriótica que a todos convoca - ao insistir que em momento de tão grande exigência os cidadãos também são responsáveis, pois o Governo não pode fazer tudo por todos a todo o tempo.

Dirão alguns que Passos deixou cair o «que se lixem as eleições», de antes das férias parlamentares, para recuperar agora o objectivo de chegar ao fim da Legislatura em condições de tornar a ir a votos.

Não cremos que seja bem isso.

Achamos Passos Coelho quis mais foi acertar o passo e «corrigir o tiro» naquilo em que o Governo tem estado mais frágil, por um lado. Por outro, declarando-se a 4/5 do «Cabo das Tormentas» de uma viagem com 1/4 de caminho percorrido, o PM quis fazer um discurso redondo, de modo a manter em aberto o mais amplo leque de opções possíveis, nada descartando... até a eventual necessidade de formação de um Governo de Salvação Nacional.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A lógica do sistema


Quando os partidos foram fundados, e ainda durante as primeiras décadas, fazia sentido. Quer as juventudes partidárias, quer outras organizações autónomas que os partidos geraram dentro de si.

Provir das «jotas» não tem de significar necessariamente um ónus para vários dos actuais governantes e dirigentes partidários. Há casos e casos... 

Passámos por lá numa época diferente, em finais da década de 90. As «jotas» tinham perdido grande parte da autenticidade inicial, numa fase marcada pelo definhamento ideológico, pelo divórcio assumido entre os jovens e a política, pelo abandono de «causas estruturantes», pela cegueira de acreditar mais num cartão que numa convicção, pelo «delito de opinião», pelo «comércio» entre «sindicatos de votos», e pelos bons préstimos na animação de campanhas eleitorais.

Tentámos contrariar essas pechas, regenerando «por dentro». Travámos debates e despiques interessantes. Ganhámos o respeito de muitos e a amizade de alguns. Chegavam a dar-nos razão em privado, mas logo acrescentavam que o «sistema» tinha uma certa «lógica», e quem não alinhasse com essa tal «lógica» não iria «a lado nenhum».

Como nunca chegámos a perceber a dita da «lógica» ou sequer o sentido do «sistema», fomos à nossa vida, tanto na «jota», como, passados uns anos, no partido. Chegámos à conclusão que não tínhamos lugar ali, que o nosso lugar não era ali. 

Hoje, passados uns anos, achamos «pedagógico», para não dizermos mesmo «enriquecedor», perder uma batalha, principalmente quando continuamos a acreditar que a derrota é deixar de lutar, para mais agora, que a «lógica do sistema» deu no que deu, e está à vista de todos...

Além disso, especialmente para os «jovens» que querem exercer intervenção cívica no campo da política, julgamos ter propostas bem mais «aliciantes» que aqueles que são «oferecidas no mercado» actualmente:

Por que é que alguém de 25 anos e reconhecidas capacidades, por exemplo, não há-de poder ser escolhido directamente para integrar os órgãos directivos de uma organização, antes tendo de  ficar a «marcar passo», até completar a sua «carreira» numa «jota»?  

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Lavar Lisboa

Mesmo que fossemos forasteiros, como tantos outros que por esta altura nos visitam, não seria caso para revirar a imensidão do acervo bibliográfico e documental da Cidade como, por mero exemplo recente, a «História de Lisboa», de Dejanirah Couto ou a «Biografia de Lisboa», de Magda Pinheiro, para termos a mais nítida das noções que Lisboa é linda desde sempre.

Basta possuirmos um dos cinco sentidos para sentirmos o encanto da capital portuguesa.

É consabido que Lisboa também tem problemas graves, de ontem e de hoje, avultando agora, entre outros, a degradação do património, o trânsito, o planeamento urbano e o ordenamento do território, as bolsas de miséria e exclusão social, os espaços verdes, a ligação da Cidade ao Tejo, etc. 

A resolução dos problemas de Lisboa não depende só da Edilidade, é certo.

Para lá das atribuições e competências do Município e da gestão dos seus recursos, existe um sem número de organismos, instituições e entidades que partilham a responsabilidade pelo que de melhor e pior se faz na vida da «pólis». Isto, sem esquecer os cidadãos que nela habitam ou trabalham.

Vem isto a propósito do estado de sujidade em que estão as ruas de Lisboa:
Nesta época do ano, mais propícia a passeios a pé, é confrangedor e envergonha vermos avenidas, ruas, escadas, passeios, largos, jardins e outras zonas públicas tão mal cuidadas, tão entranhadas de porcaria, tão pestilentas. E o pior é que isso parece que se tornou uma «coisa normal».

Ora, sabemos que a resposta é sempre a mesma: faltam verbas...

Santa paciência!

Será que água, sabão, brio e asseio custam assim tão caro?

Quantas comissões de moradores, quantas associações de bombeiros voluntários, quantos agrupamentos de escuteiros, quantas corporações profissionais directa ou indirectamente ligadas ao espaço publico, quantos Paróquias, quantas Juntas de Freguesia... quantas almas tem Lisboa?

Será assim tão difícil fazer um roteiro das áreas a precisar de limpeza, criar um plano de acção, definir um calendário e pôr «as mãos à obra»?

Será assim tão complicado aplicar as leis, regulamentos e posturas, de modo a garantir que quem suja paga, «a valer»?

Será assim tão idealista acreditar que quando os vizinhos virem os bairros ao lado impecáveis não vão querer que seja o seu a destoar da limpeza geral?

Limpar Lisboa é tarefa de todos.

Quem tem maiores responsabilidades deve dar o mote.

A «Cidade Branca» não pode contentar-se por ser bela...

Tem de ser primeira entre as mais fulgentes.

Nem precisa cobrir-se das jóias para ser «rainha»...

O «segredo» é simples. Basta que se lave.

Caetano

Caetano Veloso (70 anos)

«Sozinho» e outros grandes êxitos:

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Lume de Zippo


A capa do «il Giornale» que está a incendiar a Europa.

Para que conste - Dívida RAA


Em Setembro do ano passado, quando os holofotes estavam virados para o «buraco« nas contas da Madeira, foi tomada a iniciativa de lançar uma Petição Pública, a qual contou com a nossa redacção, a fim de serem interpeladas diversas entidades, no sentido de se apurar qual, afinal, a ordem de grandeza da dívida pública da Região Autónoma dos Açores.

Nessa altura, poucos foram os que mostraram preocupar-se com o assunto, para mais quando o Governo Regional (do PS) afiançava que a dívida dos Açores era "irrisória" e quando os principais partidos da Oposição (PSD e CDS/PP) primaram pela «discrição« na matéria, optando por levantar outras questões que se lhes afiguravam mais importantes.

Pois bem... hoje, 06 de Agosto de 2012, finalmente, eis que alguns jornais nacionais (facto que também não deixa de merecer determinada leitura...) deidem «puxar o assunto», estimando a dívida do Sistema Regional de Saúde entre 600 a 1000 milhões de euros.

Para que conste, aqui fica o texto da referida Petição, datada de 17 de Setembro de 2011, o link para o nosso post de 21 desse mesmo mês, e ainda o link para a notícia do JN.

Mais que não seja, as eleições legislativas regionais de Outubro próximo hão-de servir ao menos para que se saiba qual «o buraco» das contas da RAA, não só as da responsabilidade do Governo Regional mas também dos Municípios. E tanto num como noutro caso, se quiserem boas «caixas», com fotos de investimentos que custaram milhões e não servem literalmente para nada (excepto para as empresas construtoras), basta darem uma volta pelo Arquipélago, desde Santa Maria às Flores e ao Corvo... 

Petição de 17.09.2011

Para:Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças
MOVIMENTO REGIONAL 9 ILHAS
www.mr9.org

Considerando que:

1. As mais recentes notícias sobre as contas da Região Autónoma da Madeira estão a causar muita preocupação, dentro e fora de Portugal, especialmente no âmbito da execução do programa de ajuda externa ao País e cumprimento das metas do compromisso assumido com a Troika;

2. Numa altura particularmente difícil para Europa e para a posição de Portugal no contexto da União que integra, é imperativo nacional unir os portugueses e todos convocar para uma resposta patriótica, que esteja acima de todas e quaisquer querelas, antes enveredando-se pelos superiores interesses do Estado Português;

3. Foi afirmado ontem, pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, que a dívida desta Região Autónoma (Fonte: info Açores, 16.09.2011, 19H01), quando comparada com a da Madeira, por referência ao ano de 2011, é “2100 milhões de vez diferentes da Madeira, visto que não contribuímos para o deficit e temos uma dívida administrativa quase inexistente”;

4. Para sossego dos açorianos em particular e de todos os portugueses em geral, muito importará que esta declaração seja confirmada por entidade cuja independência e credibilidade não possa ser abalada, pois, não obstante o teor da supra-citada declaração, subsistem dúvidas, também elas atendíveis:

Os cidadãos abaixo-assinados peticionam que sejam accionados os mecanismos entendidos por mais adequados, para que se saiba definitiva e cabalmente qual o montante da dívida global da Região Autónoma dos Açores neste momento.

Açores, 17 de Setembro de 2011.
Os signatários

Post de 21.09.2011, «É preciso ter lata»

Açores com dívida na saúde que pode atingir mil milhões
Jornal de Negócios Online, 06 Agosto 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

Mais perto do essencial


I - Henrique Monteiro, na sua crónica de hoje no Expresso, sugere um simples "exercício de Verão" que toca no essencial.

Pega no generation gap português, interpelando sobre as tremendas responsabilidades da comunidade nacional para com as gerações mais novas, como quem diz, "Que terra e que legado vai deixar a geração que sonhou em 1974 e prosperou a partir de 1986 às gerações seguintes, para quem o futuro parece hipotecado?". 

De facto, a nossa «classe dirigente», como costumamos dizer, (incluíndo aqui não só a classe política mas todos aqueles que têm algum poder de decisão, tanto no sector público como privado, bem como nas instituições de natureza social) deveria ter sempre em mente que o melhor critério de decisão para cada assunto passa, invariavelmente, por acautelar o mínimo de ónus possível para quem vier a seguir.

O exemplo das PPP´s será a melhor caricatura de algo que nem por sombras se resume a planos de pagamentos dilatados no tempo, como também tem muito de intangível, a começar no ensino e a acabar no conceito de comunidade, perdido entre Quadros Comunitários de Apoio, derrapagens orçamentais, euro, déficits, regates e Troikas.   

Feitos os diagnósticos e agora mais cientes do horizonte de obrigações que Portugal tem pela frente (com a necessidade de «cortar nas gorduras» pelo meio, a questão é esta: como ganhar «massa muscular»? Isso, Henrique Monteiro não diz. Mas suscitar a discussão conduz mais perto do essencial.

II - Na mesma edição, no espaço «Opinião», João Bosco Mota Amaral usa da pena para uma refexão muito séria sobre a crise económica e social que atravessa a Europa, alertando, com todas as letras, para a possibilidade mais que iminiente de desintegração da união política. 

É muito significativo e revelador que este «Senador» venha fazer um apelo tão gritante a que se mobilizem "os nossos melhores recursos humanos... antes que seja tarde!"  

Bem pode dizer-se que as duas mensagens ínsitas às citadas peças, de Henrique Monteiro e Mota Amaral, acabam por confluir e, mais importante, afiguram-se-nos como desafios da maior grandeza, a que ninguém cidadão responsável poderá ficar indiferente ou alhear-se. 

Resta saber se a «corrente» que se desenha é estival, ou se mais vozes autorizadas irão engrossar um caudal de legítimas e urgentes preocupações, a fim de desaguarmos numa Primavera de respostas, com aqueles que sintam o apelo ou sejam convocados para a missão patriótica de erigir a IV República e garantir Portugal.