segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Abril em «Novembro»


Soberbo. Romance notável:
 
Pela homenagem à mulher a quem é dedicado.
Pela revelação de outra parte da história do 25 de Abril.
Pela descrição das fraquezas e das grandezas da Portugalidade.
Pela dimensão humana e espiritual que cada personagem transporta.
 
Este Novembro de utopias e paixões é um confesso que vivemos a não perder.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Morais Sarmento na «pole position»


Na sua última edição de 2012, e também na última edição antes de assinalar 40 anos, só pode ser considerado significativo que o Expresso, na Única, tenha publicado uma entrevista de sete páginas a Nuno Morais Sarmento, conduzida por Clara Ferreira Alves, com fotos de Rui Ochôa e tudo, e que "durou horas e, por falta de espaço, teve de ser cortada".
 
Também é significativo o teor da entrevista. Morais Sarmento discorre o que pensa sob um estilo de resposta conceptual, bem articulado, consistente, onde denota pretender mostrar que sabe o que quer e para onde ir. Fixa-se substantivamente nas questões colocadas, como, por exemplo, a propósito da RTP, conquistando a empatia da entrevistadora, que não costuma ser «pêra doce» nem «passar cartão» à maioria dos protagonistas do burgo.
 
É ainda significativo que, apesar de toda uma narrativa em jeito um tanto do «estratega» que fala «de fora», o ex-Ministro da Presidência tenha «tergiversado» aqui e ali, como quem, por acaso, deixa cair papelinhos com recados. Especialmente quando aproveita a justificação do patrocínio de uma causa para fazer a sua «profissão de fé», declarando não ser maçom, não ser ser das secretas, nem ter simpatia pela Ongoing.
 
Ao dizer que um seu constituinte lhe respondera não encontrar cinco pessoas que lhe pudessem dizer o mesmo, Nuno Morais Sarmento, com «golpe de asa e de uma penada», crava um monumental par de bandarilhas no Governo, no PSD, e no PS, colocando-se na pole position  dos tais quatro ou cinco que podemos encontrar para governar Portugal.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A FLAD e o «hub dos Açores»



Com o anúncio da redução da presença militar americana na Base das Lajes (Ilha Terceira, Açores), que passará de «Air Base Wing» para «Air Base Group» em 2014 - para além da questão da revisão do Acordo Luso-Americano - está a causar preocupação entre as autoridades portuguesas, sobretudo pelo forte impacto que a medida causará na economia da Ilha Terceira, que em grande parte, directa ou inderectamente, gira à volta da Base, a começar pelas centenas de trabalhadores portugueses que ali trabalham.
 
Tanto da parte do Governo da República, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, como por banda do Governo Regional dos Açores, na pessoa do Presidente Vasco Cordeiro, parece que todos os esforços estão a ser desenvolvidos concertadamente a fim dos interesses portugueses serem salvaguardados neste «downgrade», encontrando-se ainda soluções que permitam colmatar a redução da «colónia americana» na Ilha.  
 
Ora, sendo o Arquipélago dos Açores, histórica e politicamente, o elo mais forte das relações entre Portugal e os EUA, achamos que, de entre as medidas a adoptar, há uma, que nunca vimos ser falada, e que se nos afigura totalmente pertinente:
 
A FLAD - Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento - http://www.flad.pt/, que deve a sua criação a fundos obtidos ao abrigo das contrapartidas americanas pela utilização das Lajes, deveria transferir a sua sede para a Ilha Terceira e aí, no meio do Atlântico, passar a exercer a sua missão.
 
Numa altura em que tanto se fala da importância dos «hubs» da TAP e da ANA em Lisboa, era bom que a expressão fosse alargada a outras matérias que não as estritamente aeroportuárias e também se falasse do «hub dos Açores», relativamente à mais-valia que as ilhas representam para Portugal no contexto das relações transatlânticas em diversos domínios, alguns deles completamente novos e com múltiplas potencialidades.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Nicolau is coming to town

O Expresso e Artur Baptista da Silva

Esclarecimento de Nicolau Santos, diretor-adjunto do jornal Expresso sobre o caso Artur Baptista da Silva que se diz ser das Nações Unidas. O Expresso resolveu despublicar a entrevista datada de dia 15 devido às fortes suspeitas de burla que recaem sobre Baptista da Silva. 

12:42 Segunda feira, 24 de dezembro de 2012
 
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Esta história é mais própria de Carnaval do que de Natal.
Mas o Expresso «decidiu» antecipá-la.
Sabe-se lá se para constar da publicação especial em 2013, a propósito dos 40 anos do Jornal...
A cereja no topo do bolo agora, era Nicolau Santos ir falar com a Troika vestido de Pai Natal.
Com cartões e tudo...
Talvez resultasse.

A alegria do Natal



Nesta época do ano erguem-se árvores de Natal por toda a parte, e assim se ornamenta o Mundo.
 
Mas uma árvore sem raiz é tão frágil quanto efémera, por muito graciosa ou imponente que seja.
 
Para os cristãos, a raiz do Natal encontra-se no Presépio de Belém, motivo de fundada alegria.
 
Bom Natal!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

TrAP!


Sobre a TAP, subscrevemos a opinião de José Gomes Ferreira, sem dúvida a mais lúcida, pouco depois  do Governo ter anunciado a decisão tomada em Conselho de Ministros:

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Na aldeia do Asterix não havia CNN


Pode ser ao fim de um dia qualquer. É todos os dias. Em todos os canais de informação. Quem quer saber o que se passa liga a televisão e vê as notícias.
 
Entre as «broncas» da política e antes das «últimas» do futebol, que vê?
 
Uma criança levou uma arma para a escola no Utah; duas pessoas morreram numa linha de comboio em Alverca; dois feridos graves numa fuga de gás em Tomar; um turista canadiano perdeu a vida no rio Vilcanota; a violência já matou mais de 40.000 pessoas na Síria; um comerciante disparou fatalmente sobre a mulher por esta lhe ter dito que apoiava Bashar al-Assad; onze presos e seis guardas morrerem numa prisão do norte do México, etc.
 
Se fossem apenas as manchetes do jornal «Correio da Manhã» era «canja»... mas não. É geral.
 
Dois terços dos noticiários são passados a relatar violência, morte e tragédia. Sangue e desgraça.
 
A recôndita aldeia francesa de Bugarach está pejada de repórteres, à espera da chegada dos OVNIS que salvarão a espécie humana, convencidos que estão da profecia do calendário Maia, segundo o qual o fim do Mundo é amanhã. Será que vão enviar as imagens e os relatos do apocalipse de Marte para Saturno? 
 
Urge fazer um grande debate, sobre as responsabilidades dos meios de comunicação social na legitimação do embrutecimento, pois a generalização da indiferença perante as atrocidades é o mecanismo que sobra contra a depressão e a insanidade colectiva.
 
Trata-se de um dos maiores combates do nosso tempo. 
 
Pela civilização. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Decidir


Os estivadores já fizeram saber que as greves vão prolongar-se até o dia 07 de Janeiro.
 
Por que razão o Governo não determina a requisição civil?
 
Faltará mais algum requisito, formal ou substantivo, para a tomada dessa decisão legal?
 
O que falta, mesmo, é decidir. 
 
A gravidade da situação chegou a um ponto tal em que o principal responsável por aquilo que está a acontecer passou a ser o Governo.

sábado, 15 de dezembro de 2012

O horror ignora a lógica


O massacre perpetrado por Andy Lanza, que fez 27 vítimas mortais, incluindo 20 crianças,  num jardim de infância de Sandy Hook, no Connecticut, deixou os EUA e o Mundo em estado de choque.
 
Vimos o Presidente Obama fazer uma declaração sentida, onde desafiou todos, independentemente das convicções políticas, para a imperiosa necessidade de «algo ter de ser feito».
 
Está, assim, (re)aberto, talvez como nunca, o debate sobre uma Lei Federal das Armas, para além da questão levar mais longe, conduzindo os americanos para questionarem que tipo de sociedade estão a construir. 
 
Em Portugal, é notícia os alegados 5 casos de pedofilia na Diocese de Lisboa, que Catalina Pestana diz há muito saber, e que, tendo alertado as superiores hierarquias da Igreja, estas nada fizeram, pelo que agora está disposta a revelar o que sabe ao Ministério Público.
 
A pergunta que não pode deixar de ser feita é esta:
 
Se Catalina Pestana conhece tais casos há anos, por que razão não informou logo a Procuradoria-Geral da República? 
 
Não se compreende.
 
Como é que alguém sabe de um crime e não o comunica às entidades judiciais competentes?
 
Qual a razão para alguém levar anos até revelar estar disponível para colaborar com a Justiça?
 
Não estamos a julgar o procedimento de Catalina Pestana. Terá tido as suas razões.
 
Limitamo-nos a constatar factos, agora vindos a lume, na comunicação social.
 
Limitamo-nos a usar a lógica. 
 
Apesar de não haver lógica alguma nos horrores por que passam as vítimas, família e as respectivas comunidades, tanto nos EUA, com mais um tiroteio que terminou em matança, como em Portugal, com mais um escândalo que não se sabe como vai terminar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Extinção de freguesias: o PCP tem razão

 

O PCP entregou esta quinta-feira 700 propostas de alteração à reorganização das freguesias que prevêem a eliminação dos artigos referentes às agregações de juntas, o que obrigará à votação de cada uma, por separado, em plenário.
 
Durante a sessão plenária de hoje na Assembleia da República, o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, subiu as escadas de acesso à Mesa e entregou uma caixa com as quase 700 propostas de alteração à presidente do Parlamento, Assunção Esteves (...)

 
“Vamos querer que sejam votadas uma a uma porque perante cada uma das extinções todos os deputados têm de dar o seu acordo ou desacordo. Não vamos aceitar que alguns deputados digam nos seus círculos, nos seus concelhos, nas suas freguesias que estão contra a extinção daquela freguesia e depois votem aqui anonimamente a sua extinção num anexo que engloba milhares de alterações”, acrescentou.
 
Bernardino Soares sublinhou ainda que a Constituição prevê que “as alterações, extinções ou modificações de autarquias tenham de ser votadas na especialidade obrigatoriamente em plenário”.
 
“E nós, por isso, apresentamos as 700 propostas e não uma a eliminar o anexo. Cada deputado tem de ter o direito de estar de acordo com umas e de estar de acordo com outras e é por isso que a votação se fará uma a uma. Se isso não acontecer a lei ficará ferida de inconstitucionalidade formal e qualquer freguesia, partido ou grupo de deputados pode suscitar a questão junto do Tribunal Constitucional”, afirmou, esclarecendo ainda que as 700 propostas do PCP só poderiam ser votadas em bloco se houvesse unanimidade nesse sentido no plenário.

 
A votação na especialidade do projecto que reorganiza as freguesias será no próximo dia 21 de Dezembro, no final do debate quinzenal do primeiro-ministro com os deputados, tendo os grupos parlamentares até terça-feira apara apresentar propostas de alteração.

Fonte: Público/Lusa, 13.12.2012, sublinhado nosso

No lugar do PCP fazíamos o mesmo.
 
Para lá da questão do mérito e oportunidade, quanto à forma, é aviltante extinguir autarquias locais de modo tão ligeiro. 
 
A extinção das freguesias deve ser votada uma a uma.
 
Cada deputado deve assumir a responsabilidade do seu voto.
 
Assim, ao menos, as populações podem identificar e pedir satisfações aos seus representantes no Parlamento.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Neocolonialistas


Esta «troika», constituída, como diz Miguel Sousa Tavares, «pelo careca, o etíope e o alemão», delegados das organizações internacionais que emprestaram os tais 78 000 milhões de euros a Portugal, parecem não sabere em que terra estão, nem fazer a mais pálida ideia que somos o Estado-nação mais antigo da Europa.
 
Desta vez foi o Sr. Abebe Selassie a mandar «postas de pescada», sobre a execução do «plano de ajustamento», a «reforma do Estado-Social» e, imagine-se, a constitucionalidade das nossas leis!
 
Era o que mais faltava! Virem agora os funcionários dos credores com tiques neocolonialistas.
 
Os órgãos de soberania têm de pôr cobro a isto.
 
Pode extinguir-se um feriado, mas ninguém pode apagar a História, ou rasgar as folhas do calendário, que continua.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

E os incompetentes?

 
O melhor que os portugueses competentes têm para fazer é emigrar 

 
Fonte: Económico com Lusa, 12.12.12

Lisboa por um canudo

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Barroso e Passos, uma boa dupla


 
O que é que Pedro Passos Coelho foi fazer a Oslo?
 
Acertar o passo com Durão Barroso?
 
Curiosamente, Barroso escolheu este seu «momento» para, apenas num dia, falar mais de Portugal à Europa e dirigir-se mais aos portugueses do que em todos os oito anos passados à frente da Comissão Europeia...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Nobel da Paz...

(Base das Lajes, Ilha Terceira, Açores, Março de 2003) 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

De rasto e por arrasto


Enquanto decorria a reunião do Eurogrupo, Portugal assistia a uma das maiores mini-séries de contra-informação de que há memória, pela boca dos próprios membros do Governo, quanto à possibilidade de Portugal beneficiar das novas regras adoptadas para a Grécia. 
 
Após aos costumes ter dito nada, o vento virou e o Executivo entrou em roda livre.
 
Passos e Gaspar disseram tudo e o seu contrário.

Se o Ministro das Finanças balbuciava, logo o Primeiro-Ministro negava. Se o PM contemporizava, logo o seu «nº 2» desdizia... até que na 4ªfeira o Presidente da República resolveu falar.
 
Ontem, com a especulação em crescendo, Miguel Macedo (será agora o MAI que faz a coordenação política do Governo?) veio dizer que esta 6ª feira, dia de debate quinzenal, o Executivo ia acertar o passo e dizer, de uma vez por todas, qual a sua posição sobre o assunto.
 
Eis senão quando o «nº 3», Paulo Portas, certamente sem ter ouvido as declarações de Macedo, antecipa voluntariosamente uma posição de concordância com Cavaco Silva.
 
Para não lhe ficar atrás, o próprio PM, in extremis, ao fim da noite, é forçado a antecipar aquilo que tinha guardado para dizer no Parlamento.
 
E assim o debate, em vez de ir ao cerne da questão, menos juros mais tempo dpara pagamento do empréstimo, vai descambar num rosário de intervenções e acusações, sobre quem falou primeiro.
 
Do que o País menos precisa é do Governo andar de rasto e pensar por arrasto, com uns «dribles» à mistura, ainda por cima!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Qual seria o caminho de Francisco Sá Carneiro?



Há dias, na SIC/Notícias, vimos  João Salgueiro dar uma excelente entrevista a José Gomes Ferreira, onde  discorreu com clareza e propriedade sobre vários assuntos, com a sua uma visão para Portugal e a para a Europa.
 
Foi tão útil como interessante. 
 
O País devia escutar mais e melhor este e outros «Senadores». 
 
Curioso foi notar que o actual Presidente da Associação Portuguesa de Bancos falava com uma força interior e uma jovialidade verdadeiramente impressionantes, apesar dos seus 78 anos...
 
Caso não tivesse sido Camarate, Francisco Sá Carneiro contaria hoje a mesma idade do ex-Secretário de Estado de Marcello Caetano, que também saíu do Governo desiludido com a «Primavera Marcelista», e que haveria de cruzar-se na SEDES com o futuro fundador do PPD.  
 
Temos interpelado no passado, como continuamos a interpelar:
 
Que diria hoje Francisco Sá Carneiro?
 
Do PSD, do Governo, de Portugal, e da União Europeia...
    
Não temos uma resposta.
 
Mas temos uma doutrina, um ideário, uma linha de pensamento e um estilo.
 
Tudo isso é basto em subsídios e indicadores de um caminho.
 
Cabe, portanto, a todos aqueles que admiram a sua figura e prestam homenagem à sua memória, particularmente aqueles que com Francisco Sá Carneiro mais de perto conviveram, dar testemunho verdadeiro da sua acção e legítimo contributo a muitas das suas causas, pois, tal como ontem, mantêm-se actuais hoje.
 
P.S. I
As evocações feitas nesta data ao Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro por vezes carecem de um aspecto que lhes retira completude. Acontece serem obnubilados todos aqueles cujo destino ceifou as vidas naquela fatídica noite, igualmente merecedores das devidas homenagens. Aqui ficam os nomes dos ocupantes e da tripulação: Francisco Sá Carneiro, Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa, Maria Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo Sousa.
 
P.S. II
Ao longo de todos estes anos, a Família de Francisco Sá Carneiro tem mantido uma discrição e uma reserva muito respeitáveis, merecedoras de registo, embora nem sempre vincadas por inteiro. 
Não há notícia de alguma vez ter interferido ou deixado de permitir que a dimensão pública e partidária do governante fosse «apropriada» por todas as pessoas e entidades que se acham capazes ou competentes para tal, malgrado erros, falhas ou omissões, para mais quando, como é sabido, às vezes sucede que o que abunda no «verbo» falta em dignidade na condição humana.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Diplomacia económica?


O que é que o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares foi fazer ao México?
O que é que o Presidente do Conselho de Administração da RTP foi fazer a Angola?