domingo, 28 de julho de 2013

Líder e Credo


Três milhões na Praia da Copacabana.
Record absoluto. Que foi ali fazer a multidão?
Praia? O tempo estava invernoso... Réveillon ou Carnaval? Estamos em Julho...
Uma banda de rock, um actor, um futebolista ou um político? Também não. Um líder? Sim.
Um Líder, que logo à chegada disse que não levava nem ouro nem prata... e que foi a uma favela dizer aos mais pobres dos pobres que a maior das fomes é a fome de dignidade. Que só Deus sacia.
Este Líder e o Credo que professa dão que pensar.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Partidos - o fermento está na rua



A crise que o País e a III República atravessam, cujos expoentes máximos são a assistência financeira da Troika, o colapso iminente da coesão social, e o espectro do bloqueio jurídico-constitucional e político-partidário a que temos assistido, tudo isto está a mexer com as estruturas da sociedade portuguesa e os alicerces do regime.
 
Indo directamente ao assunto que aqui queremos tocar, é hoje evidente que os partidos políticos que temos não servem e que tanto a condução político-administrativa do Estado como as respostas para os novos problemas da nova realidade social não podem ser-lhes confiados por muito mais tempo.
 
Caso a presente Legislatura chegue ao fim, ou a comunidade nacional consegue alavancar um novo ânimo numa regeneração que é imperativa, ou estaremos perto do terceiro-mundo, que há muito pensávamos ter largado.
 
Há uns pares de anos, quando já existiam sinais fortíssimos da degenerescência a que os partidos chegaram, não havia praticamente ninguém que entendesse «haver espaço» para o aparecimento de novas forças políticas, especialmente na área denominada de centro-direita.
 
Hoje já não é assim. Começam a fazer-se ouvir sem tibiezas nos media várias vozes sonantes, (algumas, inclusive, de venerandos «senadores» da República), apontando para a necessidade urgente de uma reconfiguração formal e qualitativa do nosso leque partidário, assim como para a premência de uma clarificação do sistema de governo, entre outras alterações em matérias chave da democracia.
 
Mas aquilo que merece mais atenção é outro aspecto:
 
Os cidadãos despertaram para o problema e a sociedade civil, se bem que divorciada da actividade política, deixou de estar apartada de acompanhar a actualidade, sendo agora notório um grandíssimo descontentamento com os partidos. Basta vermos como é que o País entendeu a comunicação do Presidente da República, para que o PS, PSD e CDS se entendessem, e de que «lado» estava o «Portugal profundo».
 
Para apertar esta tenaz, notemos o seguinte:
 
De há muitos anos a esta parte, quando muda a cor política da governação, a ideia dominante é que não é a oposição que ganha as eleições mas sim o governo que as perde. Andamos nesta espiral rotativista há muito, e as pessoas não têm votado no PSD ou no PS por «convicção», mas para «tirar de lá» este ou aquele.
 
Ora, toda a gente sabe que o PSD ganhou as Legislativas em 2011, não por Passos Coelho e o a sua equipa constituírem uma opção deliberada, mas pelo facto do eleitorado ter querido, deliberadamente, «correr» com José Sócrates e o PS.
 
O problema é que em 2 anos o PSD e o CDS já desbarataram todo o capital que tinham e os portugueses não querem eleições apenas porque consideram António José Seguro pior. E é!
 
Donde, em 2015, se não for antes, a maioria do eleitorado, ainda que mudem as lideranças, vai ser confrontada com esta coisa, muito simples:
 
Não «vai dar» para acreditar mais no PSD/CDS, como não «vai dar» para acreditar mais no PS, de modo a que uns ou outros alcancem uma maioria para governar.
 
Sem contarmos aqui, propositadamente, com a saída de cena de Cavaco Silva, (e as fracturas que as Presidenciais de 2016 provavelmente abrirão), 40 anos sobre o 25 de Abril teremos reunidas condições para emergir uma nova força política em Portugal.
 
Passará «por cima» do PS, do PSD e do CDS, e irá buscar a sua força ao espaço sociológico da troika formada pelos partidos do «velho arco governativo». Esse fermento, uma vez na rua, não deverá deixar de crescer.

domingo, 21 de julho de 2013

Todos no mesmo cesto


Cavaco Silva acabou de anunciar o que era mais lógico.

Falhado o Acordo, onde os partidos fintaram o Presidente e  ludibriaram tudo e todos, o PR ficou num beco sem saída. Enfraquecido. Agredido. Refém. Derrotado.

Passos Coelho, vencedor deste braço-de-ferro constitucional, provou que não é a sorte que protege os audazes. É prosseguir sempre, com ou sem escrúpulos.

Depois desta crise, temos uma oposição mais em cacos do que estava, um Governo «colado a cuspo», e um Presidente que politicamente não risca nada. Todos no mesmo cesto.

sábado, 20 de julho de 2013

Acordo - que seria de esperar?


Que seria de esperar, quando as negociações para a «salvação nacional» foram postas nas mãos de:

- Um "duplo" de Passos Coelho, coadjuvado por um neófito da governação, acabado de aterrar na Lua;
- Um "núncio apostólico" de Paulo Portas, com carta de lambreta, coadjuvado por um jovem quadro da banca, certinho nas contas;
- Um "sempiterno" dirigente estudantil, cujo feito, uma frase, em 1969, nas Matemáticas de Coimbra, deu-lhe renda vitalícia, coadjuvado dois emissários do Rato;
- Um "olheiro" de Belém, que quando foi Ministro da Educação, até para responder aos miúdos do secundário exigia que lhe pusessem as perguntas por escrito de antemão.

Que seria de esperar?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Basta!



Que este Governo (quem tiver olhos de ver, bem vê que tem sido a capa da Troika a dar-lhe ares de governança), é o pior Governo que Portugal já conheceu desde o 25 de Abril, já sabíamos.

Que este líder do principal partido da oposição (que há pouco veio falar à tv, com aquele ar de periquito que sentiu o cheiro da alpista), é o pior líder do Partido Socialista que Portugal já conheceu desde que o PS foi fundado em 1973, também já sabíamos.

Se este Presidente da República é o pior PR que Portugal já conheceu desde o 25 de Abril, falta pouco para ficarmos a saber.

Já não nos questionamos sobre se vamos poder pagar a dívida, que não vamos.
Já não nos questionamos sobre se este sistema político tem salvação, que não tem.
Já não nos questionamos sobre se esta III República tem remédio, que não tem.

Será Portugal um Estado inviável? Adensa-se o chumbo dessa nuvem.

E agora?

O PR, pouco habilmente, é certo, não soube nem teve força para chamar os partidos à razão.

Agora, resta lutar por todos os meios (pacíficos) para «limpar do mapa» estes partidos, estes líderes e esta classe dirigente. Literalmente. Depressa!

Agora, todos os cidadãos têm de sentir e responder, de uma vez por todas, à mais alta chamada do dever, que a Pátria agoniza, e nós com ela.

Pela Paz. Pelo pão. Pela Liberdade. Por nós, que queremos viver na nossa terra!

Façam-se já boicotes a todas as iniciativas político-partidárias. E quem possa hesitar, receando represálias, que não vacile nem tenha medo.

A escória que nos governa e a parasitagem que manda nos partidos não alimenta ninguém. Alimenta-se. Sem «clientela» morrem à fome.


Desta vez, basta. Brincar aos acordos, a fingir que são responsáveis, do modo como o fizeram, é demasiado grave. Indesculpável. 

Acreditem. Essa malta é cobarde. A maioria, uns cobardolas que no dia em que virem força pela frente são os primeiros a juntar-se ao coros de protestos para safar a pele.

Acreditem. No dia em que os portugueses acreditarem que são mais fortes que eles, Portugal em menos de uma semana vira esta página da História.


Acreditem.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Anteontem, ontem e hoje... isto só vídeo

 
A questão posta pelo Presidente da República não nos convoca agora para um debate jurídico-constitucional, um ensaio sobre a clarificação do sistema de governo na nossa Lei Fundamental, ou uma revisão da Constituição da República.

Essas ma...térias são prementes há muito, incontornáveis mal estejam reunidas condições para tal mas, agora, trata-se de resolver uma crise política no âmbito das normas vigentes.

A proposta aventada por Cavaco Silva exorbitou os poderes presidenciais?Não. Então, a questão é eminentemente política, no sentido mais estrito.

Que a declaração do PR, primeiro, foi muito circunstanciada, para sustentar a tese de não levar o País para eleições, isso merecerá um consenso relativamente alargado.

Que a declaração do PR, depois, surpreendeu tudo e todos, encurtando a Legislatura para menos um ano, e propondo que os partidos do «arco do poder» se entendam, para que das três principais bancadas parlamentares (2/3 dos mandatos) emane um Governo de Salvação Nacional, aí é que o caso se torna mais bicudo.

É óbvio que Cavaco Sila quis dizer que não acreditava na última solução que Passos Coelho levou a Belém. É claro que, de algum modo, passou um atestado de incompetência a Passos e a Portas, não se coibindo ainda de chamar António José Seguro à razão.

Aqui chegados, abre-se uma caixa de pandora e muito pode ser dito por muitos. Todavia, uma coisa é certa: durante meses a fio todos temos visto o PR ser criticado por «não fazer nada», como temos assistido às mais vexatórias das considerações sobre os directórios partidários.

Isto, para não falarmos do que nos últimos dias se disse das infantilidades do Executivo e da Coligação PSD/CDS, que geriram as demissões de Gaspar e Portas como se estivessem numa RGA do Liceu, e trataram o mais alto magistrado da Nação com uma ligeireza de quem não tem noção do respeito institucional devido entre órgãos de soberania.

Para além das ingerências externas que se fizeram ouvir, como se Portugal, a acrescer à tutela do Programa de Ajuda, também estivesse à mercê de uma dupla tutela, onde o PR de Portugal não passaria de um mero «delegado dos senhores da Europa».

Não sabemos, ninguém sabe, se a solução ontem apresentada por Cavaco Silva, em abstracto possível, irá resultar em concreto.

Agora, o que nos causa impressão é que quem anteontem clamava contra a "brincadeira" de Passos e Portas, hoje esteja a vociferar, em surdina ou em público, contra os «tabefes» que o PR deu aos partidos.

Mais:

É sabido que não há apoios incondicionais vitalícios, mas seria interessante vermos quem esteve na Comissão de Honra de Cavaco Silva na reeleição presidencial de 2011, e quem se acotovelava no CCB na noite da vitória... o arquivo das imagens deve estar nos jornais e nas tvs. Isto só vídeo...

Não estivemos lá e não eram propriamente cidadãos comuns que lá estavam... mas estamos em crer que o Povo, desta vez, está mais com o PR.

 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cavaco Silva acabou com o recreio


Parece que ninguém percebeu.
 
O Presidente da República não quer nem Passos Coelho, nem Paulo Portas, ou sequer António José Seguro no Governo.
Aos líderes do PSD e do CDS resta sair de cena e deixar que os respectivos partidos trabalhem numa solução nova, no actual quadro parlamentar.
Ao Secretário-Geral do PS, a mesma coisa. Depois de ter dito que não iria para o Governo sem eleições, também não restam grandes hipóteses. Ou acata a solução proposta e espera por 2014, ou é melhor que vá andando...
 
Cavaco pode ter acabado de pôr todos contra si...
Mas a solução proposta tem uma virtude:
"Limpou-os" a todos e expôs, como nunca, a mediocridade das lideranças partidárias.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A espinha de Paulo Portas


Corre nos media que o Presidente da República terá condicionado a «proposta» que Pedro Passos Coelho levou esta tarde a Belém à continuidade de Paulo Portas no Governo. Entretanto, figuras ligadas ao CDS/PP e a Portas já vieram à televisão «estender a almofada», para que Paulo Portas volte com a sua palavra atrás.
 
Se assim for, Paulo Portas não só não adianta à Coligação, como não regenera o Governo, como não se redime a si próprio. Pior. Demonstra que não tem «espinha», definitivamente. O que era verdade na carta de ontem é amanhã mentira? Ou Portas é homem de palavra, ou não é. Não há aqui nem «mas», nem «meio mas». Ou sim, ou sopas!

Uma cambalhota de Portas resolveria apenas três coisas: Aliviava um tanto o peso que recai agora sobre o PR, garantiria por mais algum tempo uns pratos de lentilhas para as clientelas centristas… e no dia de uma eventual candidatura presidencial lá teria o séquito a prestar-lhe tributo.

Ora, tudo isto somado é uma milésima parte do carácter de um homem.

O melhor que Paulo Portas podia fazer nesta altura era sair mesmo.
Do Governo e da liderança do CDS/PP.   

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CDS/PP, vomitam e depois engolem?

Ontem, Pedro Passos Coelho fez triste figura.
Hoje, o CDS/PP seguiu-lhe o exemplo. É simples:
1. A partir do momento em que Paulo Portas apresentou a sua demissão ao PM, aos outros membros do Partido que integram o Governo só restava pedirem também a sua exoneração.
2. Depois, e uma vez que não falaram antes, imediatamente a seguir à declaração das 20:00H do PM, o CDS/PP só tinha que dizer que a ...
bancada parlamentar estaria disponível para suportar o Governo na AR.
3. Mas não, o CDS/PP optou por «engonhar», saindo ao fim da tarde com um comunicado patético de Luís Queiró.
4. Depois da grande cambalhota do CDS/PP, a «negociação» que a esta decorre entre Passos Coelho e Paulo Portas é uma «palhaçada». Toda a gente sabe que o que «sublevou» as hostes centristas esta tarde reunidas no Largo do Caldas foram os cálculos sobre os seus lugarinhos.
5. Triste CDS/PP... «vomita num dia e no outro engole»!

6. E não venham «atirar areia as olhos» das pessoas. Qual patriotismo, qual quê? Se fossem patriotas assumiam as discordâncias expressas por Paulo Portas (que continuam a zurzir nos corredores) e voltavam a «servir» no Parlamento.7. Bastou uma tarde para que o CDS/PP fizesse esquecer as asneiradas de Gaspar e Passos Coelho, e bastaram umas horas para que os «rapazolas» do CDS/PP cavassem mais fundo a cova de Portugal. Oxalá também as suas!
 

terça-feira, 2 de julho de 2013

A declaração de Passos Coelho

A declaração do Primeiro-Ministro tem duas faces. Ou, melhor, três:

1. Bem, quando anuncia que não se demite e diz querer preservar a estabilidade.

2. «Teenager», quando «faz caixinha», e não aceita o pedido de demissão Paulo Portas, nem informa o PR, num calculismo baratinho, típico das Jotas.

3. Um desastre, quando diz que vai esclarecer com o CDS/PP.
Mas quem é o líder do CDS/PP? Não é o Ministro cujo pedido de demissão Passos Coelho não aceita? Então, por que razão o Primeiro-Ministro não pediu de imediato para Portas ir a S. Bento pôr tudo em «pratos limpos»?

Antevisão da declaração de Passos Coelho

Passos vai colocar todo o ónus de uma «segunda Grécia» sobre Portas.
Portas vai contar a história de um Governo de «rapazolas», deixando, todavia, a Passos condições para governar.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Governo, mega swap


A TSF deve um pedido de desculpas aos ouvintes. Foi mais de uma hora a anunciar «em primeira mão», com comentários fervilhantes e análises patéticas, a saída de Gaspar e a sua substituição por Paulo Macedo. Afinal a telefonia enganou-se. Reconhecendo-o, fica desculpada.

O que não tem remissão possível é a casmurrice e o isolamento político de Passos Coelho. O Primeiro-Ministro há muito que está «ferido na asa». Com a troca do inenarrável Gaspar pela simpática Maria Luís Albuquerque, o que poderia ser um «refreshment» acaba por fazer de todo o Governo um «mega swap». Paulo Portas tem agora mais força. E mais razões para «deitar fora o menino, juntamente com a água do banho».

Lisboa precisa de uma limpeza



A última crónica de Clara Ferreira Alves, devia ser arrancada da Revista do Expresso e lançada à cara de António Costa, em primeiro lugar...

A sujidade impregnada e o lixo que enfeita as praças e ruas de Lisboa ultrapassa os limites da higiene urbana, tornando o caso num problema de saúde pública.

Ocorre perguntar, como dantes se perguntava: «Lá em casa é assim?»

Fernando Seara, ou outro, não precisa de grande «think thank» para escrever o seu programa eleitoral. Metade do manifesto já está expresso, na referida página do Expresso.

Lisboa precisa de uma limpeza... haja quem saiba limpar.