quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Aquele discurso está gasto

Ontem, como de costume, aguardei pelo discurso do Estado da União de Barack Obama. Desliguei passados cerca de 10 minutos. A esperança tornou-se um lugar-comum e o rasgo um déjà vu. Já não estava a ouvir o 44º Presidente dos EUA mas um razoável Pastor Metodista.

domingo, 26 de janeiro de 2014

I wanna be again

Não há estéticas que sobrevivam a essências vazias. É pela raiz, e não pela altura, que se vê o porte das árvores. Organizações e pessoas tornam-se ocas por vendavais de ilusões e enganos. Quando o totalitarismo do relativo domina, a sociedade torna-se mais igualitária na mediocridade, alienada na liberdade, submissa às não opções que o catálogo determina. Sim, tornei-me "snob". Ao ponto de não suportar a ausência de uma certeza. Ao ponto de desejar a simplicidade do princípio. Ao ponto de querer caminhar rumo à pertença da origem. Divergindo do Poeta - sou tudo, tenho tudo. À parte disso, um só sonho... que não cabe neste Mundo. I wanna be again.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

No esplendor da luz perpétua

 
Subscrevendo a maior parte do que foi dito sobre Eusébio, ontem, já ao fim da noite, numa conversa sobre o modo como decorreu o último “adeus”, ouvi uma Senhora dizer isto:

«Acho que o povo anónimo, como eu, em primeiro lugar, devia rezar por ele. Depois, devia sair à rua e prestar-lhe homenagem, por ter conseguido erguer bem alto o nome de Portugal, engrandecendo-o… foi por isso que, apesar da chuva e ser do Sporting, na hora de almoço fui à Baixa e juntei-me às pessoas que estavam na Praça do Município...».

Estas palavras, bem medidas, suscitam uma breve reflexão quanto à publicidade das exéquias, transmitidas em “canal aberto”. Um aspecto só aparentemente de somenos no calor daquela onda de comoção.

O assunto abarca várias questões de fundo, sobretudo relativas a um código não escrito que tradicionalmente existia no jornalismo e dá mostras de ceder. Concorre agora com o carácter instantâneo, sem filtro, das redes sociais e plataformas digitais, onde, por seu turno, começam a adoptar-se códigos de conduta. A espiral torna-se inevitavelmente complexa, para mais tratando-se, no dizer dos media, de um “funeral de Estado”.
 
Por um lado, a figura que desaparece é “património de todos”, irmanando Portugal, a Portugalidade e o Mundo. Por outro lado, o extinto não é uma “coisa”. Transporta uma esfera de “pessoalidade”, cuja honrosa memória e dignidade da Família precisam da cautela de um último reduto de intimidade e recato, que só certos momentos de discrição e privacidade permitem.

Entendendo-se que a exposição do féretro em câmara ardente de figura pública tão popular, ou que a transmissão televisiva da sua descida à sepultura "é normal”, deixa de haver “limite”. Corre-se o risco de abrir a porta a um grau de “desumanização” contrário à grandeza da homenagem.

Isto, para nem falarmos da segunda figura do Estado fazer declarações públicas, sobre contas, ainda o enterro não terminara…     

Afinal, a última vontade de Eusébio, com a humildade que o caracterizava e a genialidade que o notabilizou, era só uma: que lhe fosse permitida uma volta ao seu Estádio da Luz.

Que descanse em paz. Vitorioso. No esplendor da luz perpétua. Com os holofotes no lugar certo.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Uma simpatia

 
Lemos que no CDS/PP, no trilho do PSD, há quem venha agora propor a criação da figura estatutária do «simpatizante». Ainda temos presente o que foi escrito numa certa Moção, apresentada num Congresso, em Pombal, nos idos de 2005, onde tal proposta foi levada pela primeira vez ao órgão máximo de um Partido. A iniciativa merece pois desde aí a nossa simpatia, sem quase 10 anos de atraso, portanto.