domingo, 30 de novembro de 2014

O ponta-de-lança titular de Passos


Só de pensar que o Sr. Marques Lopes, consagrado comentador, foi "ponta-de-lança" titular de Passos Coelho, é do chão se abrir... faltam palavras ao dicionário.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

HUC - ver para crer

 
Sempre defendi que para bem servir a causa pública, administradores e responsáveis pela tutela devem visitar regularmente os serviços. Em muitos casos, chego a achar que as visitas não devem ser anunciadas. Importa que os funcionários e os utentes saibam que podem, a qualquer momento, deparar-se com o responsável máximo e falar-lhe, naturalmente, sem nenhum aparato em redor.
 
Por causa de um familiar próximo, nos últimos dias, tenho ido aos Hospitais da Universidade de Coimbra. Vou registando o que vejo, particularmente na unidade de transplantes renais.
 
Dando à medicina o que é da medicina, no que toca à qualidade da gestão, eficácia do serviço e atenção ao utente, os HUC, pelo menos nesta unidade, parecem andar em autogestão. O doente, desde que não esteja a morrer, está para ali, "atirado", sem que alguém faça caso.
 
Os médicos estão agrupados em equipas, coordenadas, geralmente, por Professores, cujas "alturas" delegam em colegas mais novos a prática dos actos, os quais, por sua vez, não estão habilitados a decidir "um caracol".
 
Como é que pode entender-se que alguém a quem é diagnosticada maleita de origem desconhecida, esteja internado durante uma semana, ocupando, uma cama de um hospital sobrelotado, para não fazer mais que 3 ecografias?
 
Curioso é notar a paciência dos doentes. Ainda há muito aquela mentalidade de nada dizer, para não aborrecer os "doutores".
 
Nada lhes peço que seja favor. Usarei o direito/dever que é interpelar a administração, a qual, outra coisa não poderá fazer que não seja apreciar o gesto, pela cooperação com a finalidade a que o serviço dos HUC se destina. Tudo resto é fado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Entrevista do PM à RTP

PM à RTP: sensaborão numa entrevista irrelevante. Passos Coelho tem uma visão contabilística do Estado, da política e da sociedade. Acha que a sua missão é ser técnico dos técnicos. Dali não sai. Um tédio. Uma picareta falante de soporífero efeito. A ideia é essa. Adormecer os portugueses.

PS - Costa renova ou diz adeus à viola

Sobre o "assunto dos últimos dias", de entre todos os líderes partidários, aquele que mais depressa e melhor soube reagir foi quem ficou politicamente mais "onerado". António Costa. Do Congresso deste fim-de-semana para diante, o caminho de Costa, que estava largo, passou a via de uma só faixa para cada lado. Das duas, uma:
 
Costa aproveita a oportunidade, única, de fazer uma "limpeza" na estrutura dirigente do PS, renovando de alto a baixo os órgãos do Partido, dando também, na sequência da inovação que foram as primárias, um sinal expressivo de novidade para todo o sistema partidário.
 
Costa, ao invés, caso insista ou mais não possa que adoptar fórmulas mitigadas, "segue jogo" conformando-se à "ambição" de negociar, após as legislativas, em que moldes o PS integra uma coligação de governo.
 
Entre uma e outra solução, é difícil que o aparelho dê carta branca ao Secretário-Geral e pouco plausível não opte pela segunda hipótese. Se assim for, não haverá cartas de intenções, programa, "estados gerais" ou "pessoas da sociedade civil" que eximam Costa de um nefasto mal-estar.
 
Ganha as eleições quem tiver capacidade para mobilizar novas caras (diferente de caras novas) de "caderneta" política e civicamente limpa. Algo que as pessoas olhem e pensem mais ou menos isto, "ao pé destes, os ungidos do dr. Portas e os discípulos do dr. Passos são profissionais da política há tanto tempo que já ninguém pode ver".
 
É isto que vai estar causa. É esta a causa que António Costa, ou bem que percebe ou bem que pode dizer "adeus à viola".

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Mário Soares

É claro que Mário Soares se excedeu. É claro que disse um monte de "boutades", atípicas para um ex- PR. É claro que, na idade avançada com que está, tem feitos declarações públicas que até os mais próximos preferiam que evitasse. Agora, que do ponto de vista humano, na essência, a pronta decisão de ir a Évora, foi um gesto grande, lá isso, ninguém lhe tira. Tomara que alguns, ainda que em situações lineares, qualitativa e infimamente diferentes, tivessem metade da coragem do Dr. Soares, quando se trata de empenho ou testemunho sobre algum dos "seus".

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Os critérios da dra. Clara

Há bocado, achei Clara Ferreira Alves menos pontiaguda e mais vulnerável do que nunca... mesmo a jeito de levar uma ensaboadela. Afinal, o que é que a dra. Clara vai fazer, há anos, tantas vezes, ao Programa da SIC/N - Eixo do Mal?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que é simbólico é essencial

Há anos, ao ver na TV a dentadura de Saddam Hussein ser exibida ao mundo, como se de um troféu de caça se tratasse, liguei a alguns colegas advogados, interpelando para o dever da OA tomar a iniciativa de um voto de protesto, que poderia servir de mote, depois, para que outras instituições o também o fizessem. A resposta foi que havia assuntos mais urgentes a tratar que uma questão dessas, em nada útil e em tudo simbólica.
 
Depois disso, temos visto, dentro do nosso ordenamento jurídico, várias acções não condizentes com a dignidade da pessoa humana, valor primeiro do nosso Estado de Direito Democrático.
 
Conclusão:
 
Os últimos tempos têm sido de sobreposição do útil ao essencial que, por sê-lo, torna-se "simbólico". Como se os valores adquiridos não fossem passíveis de regressão e os actos simbólicos fossem mero rito da cortesia, sem conteúdo.
 
Transpondo isto da esfera do poder judicial para os demais órgãos de soberania, compete aos cidadãos não continuarem a permitir que os titulares de cargos políticos, a esse ou outros níveis, não tenham a mais pálida ideia da destrinça entre valores civilizacionais e interesses do Estado ou, mais grave e mais frequente, entre valores soberanos, do cerne da natureza do regime, e interesses partidários ou espertezas saloias.

sábado, 22 de novembro de 2014

Sócrates - o silêncio dos incapazes


Ainda que bem intencionada, malgrado rudimentar, a conversa que José Sócrates "é um cidadão igual aos outros" é errónea. Conduz a um igualitarismo que o bom senso não recomenda e o Direito desaprova. É igual perante a Lei, não perante a comunidade. Ou não estaria o País inteiro a assistir. Isto, para dizer que a dimensão política do caso é maior que a judicial. Ora, o silêncio do PSD e do CDS é ensurdecedor, com excepção para o "aleluia" do jovem deputado Duarte Marques, que é bom rapaz mas não percebe nada disto. Quando se aponta um microfone a um responsável partidário, é claro que não se espera uma resposta "para canto". É tão grande dever dos partidos não se intrometerem no foro judicial, como interpretar o acontecimento, no plano do abalo que tudo isto representa para as instituições. Normal seria que, ressalvada a nota das garantias constitucionais, aplicáveis ao cidadão José Sócrates, os partidos viessem reconhecer que este caso faz muito mal à democracia. Mas não. Remetem-se ao silêncio. O silêncio de quem não é competente para a responsabilidade que tem. O silêncio dos incapazes e dos cúmplices.

O "episódio" José Sócrates


Por estranho que possam achar, cheira a Bloco Central... o sistema, apesar de caduco, não é burro. Os dois maiores partidos sabem que quem ficar de fora do poder, em Outubro do próximo ano, corre o sério risco de implodir. Por outro lado, a saída de cena de Cavaco Silva, com as presidenciais, irá provocar uma reconfiguração de todo o xadrez político, especialmente no centro/direita, que perde o "pai" das últimas três décadas. Há muito que muitas "tribos" amolam facas. A detenção de Sócrates é um mero "episódio" de uma grande novela. A procissão ainda vai no adro...
Mais adiante, haverá quem proclame: Portugal precisa de um Governo de Salvação Nacional...


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Sobre a nova Ministra da Admnistração Interna...

Guardo boa impressão da Professora Anabela Rodrigues, de quem fui aluno assíduo e atento, na cadeira de Penal do 4º ano. Gostava dela. Lembro-me do dia em que se doutorou. De vê-la sair triunfante da Sala dos Capelos e receber com ternura um ramo de flores. Uma alegria para a Faculdade. Juntamente com outros, recordo-me, fomos dar-lhe os parabéns.