sábado, 27 de dezembro de 2014

Votos desta Quadra

Não é falta de tempo ou contratempo. Sucede, simplesmente, que não encontro a fórmula adequada para a costumada saudação de Boas Festas nesta Quadra.

Dantes dizia-se, “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”. Fazia sentido. Estava em consonância com os tempos que vivíamos. O que estava para vir só podia ser melhor.

Depois, passou a usar-se, “Santo Natal e Bom Ano Novo”. Tivemos de acentuar o Presépio sobre a temporalidade, convocados por circunstâncias excepcionais, ademais conhecidas. Resultou. Foi como dizer, “regressemos ao verdadeiro espírito da Festa que isto tem sido torrar demais”.

E agora?  Como lidar com a percepção geral de que “tudo isto” de pouco ou nada serviu?
Para mais, agora, que já sonhámos, já nos iludimos, já deixámos de sonhar, já nos desiludimos, já revisitámos a Realeza do Menino Jesus no Presépio, já voltámos à Mensagem fundadora de Belém, já nos demos por contentes, já acreditámos na alegria da partilha e já interiorizámos os limites das nossas possibilidades?

O problema não é o Natal.
Espiritualmente, Portugal é um País bem resolvido. Somos Cristãos, somos pela Família e somos pela Caridade. Basta ver que, apesar de tudo, por cá, aquela coisa anódina do Happy Holidays não pegou.

O problema é o Ano Novo.
Se é certo que estamos muito carenciados de ânimo e sinais de esperança, também é verdade que estamos escaldados de falsidades. Dourar a pílula com wishful thinkings ou brincar ao faz-de-conta é de tirar a paciência a qualquer um! Se “Feliz Ano Novo” chega a ser infame para uns, se “Próspero Ano Novo” chega a ser mentira para outros, e se “Bom Ano Novo” é uma nuvem negra para a generalidade, então, como apodar os votos para 2015?

Sinceramente.
O restabelecimento da confiança perdida passará por actos colectivos de grande significado, sobretudo em relação à classe dirigente. Importa, pois, garantir a Paz em “tempos de guerra”. Trata-se de um ministério. De um serviço ao interesse comum, que irá depender do juízo de cada qual, quando as posições se extremarem, ultrapassando corporações e forças de segurança.

Que 2015 aconteça em Paz.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

São "gajos normais"

Há dias, a propósito da romaria de audições parlamentares aos muito ricos do País, pessoa amiga, que observa por seda fina, dizia-me que espantoso é notar a "proximidade" criada entre os comuns deputados e tão gradas figuras. Como se o súbito desnudamento da "classe dos intocáveis" provocasse um estorvo tal aos inquiridores que estes ficassem atordoados ao experimentarem um "diálogo" que jamais imaginaram ter ocasião de aceder.
 
Embora este ângulo, próprio dos privilegiados, não seja o meu, mais afeito, salvo seja, à soberania democrática - porquanto esperava mais "estatura" dos mandatários - o certo é que há um ponto de confluência nas análises: os defeitos, as fraquezas e as misérias humanas não são atributos de uns e imunidades de outros.
 
Uns e outros, aquilo que diferem, indiscriminadamente, é na essência do carácter e na ajuda de cada circunstância para alcançar maior ou menor "reputação".
 
Na banca, o caminho mais curto para a distância entre os degraus é o dinheiro, acompanhado por certos códigos, sobretudo quando há tempo para almofadar e enxertar "pedigree", ou vice-versa. Depois, a História encarrega-se de tudo desfazer um dia, cada qual voltando à sua "insignificância", àquilo que é "normal".
 
Ora, transpondo isto do poder financeiro para o poder político, a diferença está, por um lado, no tempo de carreira, aqui em regra mais breve, nos códigos, actualmente facultativos e muito instantâneos, e na forçosa exposição, mais voraz que qualquer outra.
 
Por outro lado, o caminho mais curto para o palanque é a ausência de escrúpulo, o dinheiro significa pólvora, e aquilo que muitas vezes, erroneamente, se entende por "reputação", é confundido com notoriedade. Todavia, a maior de todas as diferenças está na opinião pública. Na capacidade de mover populações e conduzir pessoas.  
 
Acontece que, tal como estamos a assistir, quem é poderoso, uma vez despojado das armaduras com que se reveste, caso não seja um ser humano extraordinário, passa, num ápice, ao tal juízo do espanto, por se tratar, afinal, de um "gajo normal".
 
Caso a sociedade tivesse isto mais presente, exigia mais daqueles a quem mais é dado. Respeitava mais quem mais merece ser respeitado. Escrutinava mais quem mais deve ser responsabilizado.
 
Também seríamos mais gratos com aqueles que mais são (ou foram) mais capazes de pugnar pelo Bem comum, ao serviço da causa pública ou da iniciativa privada. Isso é que era normal. Seria excepcional.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Um rastilho chamado TAP

A cegueira do Governo em vender a TAP, sem razões convincentes e muitas emoções de sinal contrário, corre o risco de provocar um coro de protestos pouco habitual no nosso País. Sendo a transportadora a sobrevivente empresa "de bandeira", está criada uma ocasião soberana para que aos sindicatos se unam movimentos da sociedade civil. Na verdade, o Governo não só subestima o fosso da divisão como provoca a paciência dos portugueses. Pela primeira vez, estou solidário com os grevistas. Atendendo ao fim em causa, justifica-se o meio empregue.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Conclusão da inconclusão

No fim desta longa-metragem da "Casa dos Espíritos", poucas pedras sobrarão que não possam ser removidas. Não haverá vencidos nem vencedores. Apenas um campo de batalha, vazio de reputação, antes coberto de leopardos abatidos.
 
Era bom que os poderes políticos percebessem a dimensão e o alcance da razia, que não consiste apenas no escândalo financeiro, económico, judicial, ou até diplomático. Era bom que os deputados que integram a Comissão de Inquérito se elevassem... relativamente ao plano da rasteira disputa entre grupos parlamentares.
 
Não é só a autofagia, agora exposta na Comissão de Inquérito, dos membros da Família dona do BES, mais seus altos colaboradores e gradas figuras circundantes. É o arrastão em curso poderá provocar dilúvio aos partidos e, através deles, ao regime.
 
Referindo-se indirectamente ao BES, o Primeiro-Ministro, há dias (fazendo lembrar um pouco aquela história que se contava de Otelo com Olof Palme), disse, num jantar em Santarém, que "os donos do país estão a desaparecer. Os donos do país são os portugueses". Ainda que sem noção cabal do que acabara de dizer, o líder do PSD terá proferido as palavras mais consonantes com os tempos em que vivemos.
 
Se o Relatório da CPI concluir pela inconclusão, ainda que parcial, a partir daí, os portugueses poderão, definitivamente, levantar-se, para dizerem aos chefes dos partidos que é chegada hora deles também desaparecerem.  O cidadão Pedro Passos Coelho, que disse "Não" a Ricardo Salgado, achará isso ingrato. Talvez seja. Mas já esteve mais longe de acontecer.

domingo, 7 de dezembro de 2014

O avô de Portugal

 
Ainda há poucos dias, foi abjurado por mais de metade dos portugueses.  Hoje, ao completar a bonita idade de 90 anos, foi abraçado por mais de metade dos portugueses...
 
Como explicar a reação do País a Mário Soares?

1. Esta relação é Portugal.
Mário Soares, melhor que ninguém, corporiza e interpreta este sempiterno pêndulo sentimental.
 
2. Portugal é fixe.
Mário Soares, nada linear, chega aos 90 anos continuando a inspirar coragem e respirar liberdade. Permite-se-lhe tudo. É uma espécie de "avô da democracia". Na sua cadeira não se toca.
 
3. Portugal precisa de referências.
A classe dirigente instalada com o 25 de Abril não soube renovar-se. Vamos na 3ª geração e não vemos figuras de referência na arena pública. Vemos algumas pessoas respeitáveis, porém "apagadas", quando comparado com o fulgor da década de 70.
 
Isso faz com que os portugueses, com o horizonte muito nebuloso pela frente, tendam a voltar a quem foi mais marcante no início. Fala-se pouco disto, mas esta é também uma das consequências da crise.
 
Que bom que é tudo isto para Mário Soares e que bom que é para os portugueses vê-lo assim, igual a si próprio.

Pobre teatro

Audição na AR - é como ver um pavão a dar alpista a periquitos. Mete dó ver como as perguntas dos Srs. deputados comportam mais as defesas das posições partidárias que o apuramento do que quer que seja. Visto ao contrário, é o poder político, juntamente com Ricardo Salgado, a passar uma esponja sobre si mesmo. Pobre teatro.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Quem se lixou foi o Pinhal Interior Sul

 
A notícia só em parte é nova. Enquanto o Primeiro-Ministro afirmava, sem gaguejar, que “quem se lixou não foi o mexilhão”, o Expresso punha no mapa a “inexistente região” de Pinhal Interior Sul, no Distrito de Castelo Branco, por ter a população mais envelhecida da Europa.
 
Usando aqui a terminologia do PM, o combate ao despovoamento do interior “não é de esquerda nem de direita”, mas sim, como diz Passos, uma questão de “boa governança”. É uma das matérias que carece de um acordo de regime.
 
O caso do Pinhal Sul (Concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei), agora tornado mais visível, reclama um plano de intervenção, o qual, depois, poderia servir de modelo a toda a faixa territorial do interior.
 
Só isto, pela urgência das respostas e pelos desafios que levanta, constitui um dos pontos-chave de qualquer programa, de qualquer governo, para várias legislaturas.
 
Que fazer? Claro - incentivar casais jovens a fixarem-se nessas localidades, de modo a que vilas e freguesias ganhem os recursos humanos e a “massa crítica” indispensáveis à vitalidade social e económica desejável, assim promovendo, a criação de mais-valias, por um lado, e aumento dos índices de bem-estar, por outro.
 
Acontece, porém, que isso não pode ser feito sem a intervenção do Estado. A propósito, a social-democracia passa por aí: dar a iniciativa aos privados, para que produzam e, depois, corrigir desigualdades, redistribuindo meios e recursos onde aqueles não chegam.
 
Não basta uma ou outra medida avulsa, deste ou daquele organismo, seja da administração central, das autarquias locais, ou empresas de sectores estratégicos. Reclama-se mais.
 
Planos directores (do género daquilo que foram os PROT´s e os PDM´s para o urbanismo, há anos) que congregue esforços orgânicos difusos, tantas vezes sobrepostos ou paralelos, orientando regras e metas concretas.
 
Desde um regime de incentivos fiscais à deslocalização de serviços, da concertação com associações empresariais à articulação com o terceiro sector, de programas de incentivos à exploração de recursos naturais até reabilitação do património edificado e à preservação das tradições culturais e à criação de pólos de novas centralidades, etc.
 
Seja como for, o que importa é que o combate ao despovoamento do interior seja posto como uma prioridade das prioridades nas agendas governativas das próximas décadas, para mais quando existem indicadores que apontam Portugal como o País mais envelhecido da Europa em 2060.
 
Todavia, não há plano nem medidas que possam singrar sem garantias em duas áreas elementares: saúde e educação. O critério para fechar ou abrir escolas ou centros de saúde não pode ser o mesmo que aquele que é usado por um grupo empresarial para instalar a sua superfície comercial.
 
Olhando para os ciclos governativos desde os anos 90 para cá, qual foi o maior benefício das periferias do País? Acessibilidades e infraestruturas.
 
Fará sentido ter investido tanto em estradas, saneamento básico, escolas, hospitais, parques desportivos, espaços de recreio e lazer, etc., para, depois, desistir ou riscar do mapa as localidades onde esses melhoramentos acabaram de chegar?
 
Ainda agora, os Partidos do Governo assinalaram a data de 04 de Dezembro, com respectivas homenagens a Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa. Que bonito que seria consubstanciar politicamente momentos tão altos, tão unificadores e tão abrangentes, levando-os a “regiões inexistentes”, como ao Pinhal Interior Sul.


Que é feito deles?

Até ao precipício de 2011, antes do País dar um passo em frente, havia por aí uns blogues com uma intensidade editorial avassaladora... o "Cachimbo de Magritte", o "31 da Armada", o "Albergue Espanhol", o "Geração de 60", etc.
Terão eclipsado ou estarão no Governo?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Francisco Sá Carneiro


Sobre Francisco Sá Carneiro, desde há 34 anos a esta data, já quase tudo foi dito. Já quase todos o evocamos. Já quase todos o homenageamos. Já quase todos contámos alguma história nossa que tão marcante político, advogado e estadista nos tenha marcado. Também já quase todos, alguma vez, já invocámos o seu exemplo para justificar algum acto.
 
Ao longo destes anos, sobretudo por ocasião do 04 de Dezembro, 06 de Maio e 19 de Julho, sucedem-se livros, filmes, sessões, memoriais,... testemunhos, citações e passagens alusivas àquele que foi o católico entusiasta do Concílio Vaticano II, o advogado das liberdades, o destacado deputado da Ala Liberal, o fundador do PPD, o político desassombrado, o estadista visionário e o português amante da Vida.
 
Ao fim destes anos, salvaguardando a comunhão com o passado, olho agora para Francisco Sá Carneiro numa perspectiva diferente. Ao contrário de uma “figura divina”, ante a qual nos apagamos, mais proveitosa é a mensagem do arquitecto da social-democracia portuguesa enquanto incentivo a sermos mais “nós”, irmanados matricialmente na fonte, porém diferenciados na prossecução actual de um ideário, geneticamente reformista.
 
Pegando nesse mote, importa, pois, novamente, clarificar. É imperativo dar lugar a uma verdadeira cultura mais democrática e mais pluralista. De maior união na diversidade. De maior responsabilidade na liberdade. De maior compromisso na autenticidade. Com mais respeito pela individualidade. Com mais tolerância pela diversidade. Com mais ética na política. Se a ninguém custa convergir nas premissas, de ontem de hoje, urge que todos pugnem por maior conformidade entre aquilo que é dito e aquilo que é feito.
 
Compreende-se que a imagem de Francisco Sá Carneiro surja mais associada ao PSD, que fundou. Redutor seria, contudo, que o PSD dela se apropriasse, em círculos tão herméticos quanto o enquistamento partidário actual, passados 40 anos, quando se verifica um acentuado desvirtuamento do “método”, sobrepondo-se aquilo que é instrumental àquilo que é essencial.
 
O PSD, hoje, não é “sá-carneirista”. Como, desde o primeiro dia, não o foi, várias vezes, no passado. Tal como não está obrigado a sê-lo, no futuro.
 
O que o PSD não pode é mandar celebrar a Missa da Estrela, todos os 04 de Dezembro e sair de lá a bradar “Sá Carneiro”, sem olhar para trás e tentar perceber por que motivo andam tantos social-democratas apartados do Partido, tantos cidadãos indiferentes aos partidos, e tantos portugueses alheados da política, dimensão maior para o Bem Comum.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A hipnose de Passos e a mágica de Costa

 
Quando vemos o Primeiro-Ministro do nosso País dizer que, "não há direita nem esquerda", mas sim "boa e má governação", usando o termo "governança", ficamos esclarecidos. Passos Coelho foi hipnotizado com folhas Excel e come flocos agências de rating com consultoras ao pequeno-almoço. Um caso perdido.
 
Quando vemos o unânime líder do principal partido da oposição do nosso País evocar os discursos do Papa Francisco, dar vivas à restauração da restauração e, depois, abraçar os partidos das "causas fracturantes" para formar governo à esquerda, ficamos de pé atrás. António Costa, se julga que o Governo da República é a CML, que não se iluda. Passes de magia não passarão.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Duas notas - à esquerda e à direita

 
Vemos os comentários e debates. Vemos que muita gente, à direita e à esquerda, não vê um boi à frente do nariz. Duas notas:

1. Ainda ninguém reparou que António Costa, por muito que esperneie, não acredita em maioria absoluta coisíssima nenhuma?

Puxar à esquerda e apartar-se da direita não só é táctico, para colher votos, como, entretanto, ludibria o "plano B", que prefere Marinho Pinto a ter de coligar-se com o PSD. Calado que nem um rato durante este fim-de-semana, Marinho poderá ser maior que o Livre, esvaziado à partida, e ultrapassar o BE, em desmantelamento. Se faltar uma nesga de suporte parlamentar a Costa para o PS alcançar maioria, ele não hesitará em coligar-se com a turma do Bastonário.

2. Estes meninos, do PP e do PSD, que outro argumento não têm que não seja acenar com o fantasma do precipício da governação socialista, merecem ouvir das boas. Não se percebe que o PS embuche e não lhes chegue a roupa ao pêlo. Estão cheios de telhados de vidro, é claro.

2.1 Dois mil e onze foi há praticamente uma Legislatura. Quando chegarmos às eleições, terão passado 4 anos, mais de metade do tempo que Sócrates esteve no poder. E o Governo de Passos e Portas terá sido um Governo de maioria absoluta, ao contrário do anterior. Esta Coligação PSD/CDS, que foi "dona disto tudo" nos últimos anos, não pode ter o descaramento de vir atirar culpas para trás, como se o PS não tivesse pago a factura, nas eleições antecipadas de 2011, e como se o dever mais elementar desta maioria não fosse tirar o País da situação em que estava, quando a Troika foi chamada.

2.2 Era bom que alguém fizesse um filme com as imagens e declarações dos membros e apoiantes desta Coligação, desde a campanha das últimas eleições até à pré-campanha para as próximas legislativas... foi um Governo ridiculamente "franchisado", (sem qualquer ideologia, que nem neoliberais sabem ser!), que pôs toda sua fé no caderno de encargos do Programa de Assistência, tendo sido capaz oferecer aos portugueses os episódios mais patéticos e rocambolescos desde o I Governo Constitucional. Não há memória. Alguém lhes mostre esse filme, sff!

2.3 De facto, em 2011, Portugal estava muito doente. Veio, então, o remédio da Troika, ministrado por estes governantes, ufanos em ser capatazes. Resultou? As metas foram alcançadas? Estamos melhor? Dirá esta "rapaziada" que, "não havia outro remédio", que era "a Troika ou a Grécia"...

2.4 Bom... se era para concordar com uma agenda aparentemente consentânea com um programa de governo, que apenas pecava por defeito e para importar diretivas externas, de controlo financeiro, não era preciso Governo... os diretores-gerais encarregavam-se disso, conforme o etíope, o alemão e o careca fossem dizendo… e sempre se poupava no desastre que foram alguns negócios... por outro lado, para retalhar e "vender Portugal lá fora", não era preciso o "marqueteiro", Portas, andar em roadshows das arábias... a AICEP, sozinha, faria isso lindamente.

2.5 Enfim... não será preciso uma mega assessoria económico-financeira para demonstrar, por A + B, que este Governo não só não fez bem a Portugal, como ainda foi capaz de causar muito prejuízo aos cofres públicos. Basta começar nos ministérios e secretarias de Estado, passando pela AR e pela administração pública, até ao sector público empresarial e às empresas privatizadas, e ver quem é quem... ainda têm lata de pedir ao Povo “four more years”? Tenham mas é paciência e um pingo de vergonha!

2.6 Há quatro anos, quando Sócrates foi corrido, Portugal estava à beiro do abismo. No fim desta legislatura, o máximo que estes senhores podem dizer é que, com eles, "Portugal deu um passo em frente". Que grande passo, este, o da triste história do XIX Governo Constitucional.