1.O Governo prepara-se para avançar com a bizantinice do "imposto sobre os ricos". Enquanto isso, o Presidente da República, entre populares nos festejos de Campo Maior, diz preferir repristinar o extinto "Imposto de Sucessões e Doações". Entretanto, o segundo Partido da Coligação apressa-se a recusar a sugestão de Cavaco Silva. Isto, claro, para não falarmos das consabidas posições da Oposição.
Parece que mesmo só os cerca de 3 mil visados pela medida é que a aprovam. Porque será?
2. Segundo tem vindo a ser divulgado na comunicação social, no seguimento da notícia que um jornalista do "Público" foi alvo de espionagem pelo SIED, o Primeiro-Ministro mandou abrir um inquérito ao Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP). É um facto que esses Serviços dependem directamente do PM. Mas, nos termos da Lei Orgânica, o Secretário-Geral do SIRP é equiparado a Secretário de Estado, o qual, por sua vez, já terá chamado a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito criminal.
Ora, de duas uma:
Ou estamos e falar da mesma coisa e a ordem do PM foi determinar que o Secretário-Geral do SIRP entregasse o assunto ao Ministério Público, ou foram duas iniciativas distintas, cada uma de per si. Se foi este o caso, em que não queremos crer, ou o Primeiro-Ministro aguardava pelas conclusões da PGR ou, entendendo haver razões para tirar de imediato consequências de um Serviço que já não lhe oferece confiança, exonerava o seu responsável máximo. "Meias medidas" é que não pode ser. Nem tampouco, dada a "delicadeza" da matéria, parecer.