A dignidade é um bem de nascença. A dignidade é sempre individual, antes de ser colectiva. A dignidade é sempre condição de cada pessoa, antes pertencer à comunidade. A dignidade é sempre inalienável, antes de ser reconhecida. Não há procuração civil ou mandato político que confira a dignidade de alguém a outrem.
Coisa diferente é o dever de interpretar e defender a dignidade dos outros perante uma ofensa. Não perante uma confissão. Qual foi o português agredido pelas declarações do Sr. Junker?
Quem é Portas, Passos, ou Costa, para se indignarem ou exultarem com o Presidente da Comissão Europeia, em nome da minha dignidade, em nome da dignidade de cada português?
Quem são Portas, Passos, ou Costa, para tomarem nas suas mãos o poder de refutarem ou consentirem uma contrição, a cada um de nós e a Portugal inteiro? Quem assim procede, atirando a questão para o relvado político-partidário, em vez do respeito de devolve-la a todos e a cada um, é indigno de abrir a boca.