Já se percebeu que o novo líder do maior partido da oposição, António José Seguro, ainda anda à procura do seu "registo", um pouco como o novo chefe do Executivo, Pedro Passos Coelho, também anda à procura do seu, o que, entre outros paralelismos, coloca estes dois políticos numa posição muito simétrica. Mas não curamos agora destes dois protagonistas.
Quem se recorda do velho slogan dos socialistas - "Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS" - e acompanha o Congresso do Partido Socialista, este fim de semana, em Braga, pensa não se tratar da mesma organização. Tudo aquilo é de "meter dó". Desde a apatia dos delegados, as cadeiras vazias, a opacidade dos discursos, o palco para os mesmos de sempre, os métodos de votação de braço no ar... enfim, um retrato não só de como em Portugal impera a figura do "chefe", e os "aparelhos" só se empolgam com líderes que conquistem "o pote". Como também do desfasamento entre os partidos e os cidadãos, que está num fosso nunca dantes visto.
Será que o cidadão comum sabe ou quer saber do que diz o PS, quando a "grande dúvida", reservada para a intervenção de António José Seguro, na sessão de encerramento, é desvendar se "sim" ou se "não" à consagração constitucional do limite do déficit, para mais quando já toda a gente sabe qual é a posição dominante dentro do Partido Socialista?
Sobre este Congresso do PS em Braga, a História há-de reservar uma linha: Sócrates está vivo.
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