quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A lógica do sistema


Quando os partidos foram fundados, e ainda durante as primeiras décadas, fazia sentido. Quer as juventudes partidárias, quer outras organizações autónomas que os partidos geraram dentro de si.

Provir das «jotas» não tem de significar necessariamente um ónus para vários dos actuais governantes e dirigentes partidários. Há casos e casos... 

Passámos por lá numa época diferente, em finais da década de 90. As «jotas» tinham perdido grande parte da autenticidade inicial, numa fase marcada pelo definhamento ideológico, pelo divórcio assumido entre os jovens e a política, pelo abandono de «causas estruturantes», pela cegueira de acreditar mais num cartão que numa convicção, pelo «delito de opinião», pelo «comércio» entre «sindicatos de votos», e pelos bons préstimos na animação de campanhas eleitorais.

Tentámos contrariar essas pechas, regenerando «por dentro». Travámos debates e despiques interessantes. Ganhámos o respeito de muitos e a amizade de alguns. Chegavam a dar-nos razão em privado, mas logo acrescentavam que o «sistema» tinha uma certa «lógica», e quem não alinhasse com essa tal «lógica» não iria «a lado nenhum».

Como nunca chegámos a perceber a dita da «lógica» ou sequer o sentido do «sistema», fomos à nossa vida, tanto na «jota», como, passados uns anos, no partido. Chegámos à conclusão que não tínhamos lugar ali, que o nosso lugar não era ali. 

Hoje, passados uns anos, achamos «pedagógico», para não dizermos mesmo «enriquecedor», perder uma batalha, principalmente quando continuamos a acreditar que a derrota é deixar de lutar, para mais agora, que a «lógica do sistema» deu no que deu, e está à vista de todos...

Além disso, especialmente para os «jovens» que querem exercer intervenção cívica no campo da política, julgamos ter propostas bem mais «aliciantes» que aqueles que são «oferecidas no mercado» actualmente:

Por que é que alguém de 25 anos e reconhecidas capacidades, por exemplo, não há-de poder ser escolhido directamente para integrar os órgãos directivos de uma organização, antes tendo de  ficar a «marcar passo», até completar a sua «carreira» numa «jota»?