domingo, 30 de setembro de 2012

Diz o que o Governo pensa ou pensa o que o Governo diz?


Uma vez? Não há quem não cometa uma gaffe.
Duas vezes? Há desarticulação na estratégia de comunicação do Governo.
Três vezes? Quem não tem jeito para determinadas funções não devia exercê-las.
Quatro vezes? O Executivo está em «autogestão» e cada um «dispara para o lado que está virado».
Cinco vezes? O super assessor/consultor/Ministro-sombra não se equivoca, diz mesmo o que pensa.
 
Até aqui, António Borges ainda não tinha «acertado uma». Mas as suas declarações têm sido emendadas, quando não toleradas. Alguém, em última instância, tem-lhe «aparado o jogo», vá-se lá saber porquê... 
 
Quem?
Pedro Passos Coelho, nem mais nem menos.
 
Desta vez, o «Senhor Goldman Sachs/FMI», do alto da sua «impunidade», veio fazer a declaração mais torpe, mais vil, mais insidiosa e mais estúpida que um «colaborador» do Governo poderia ousar.
 
Parece que o Executivo de Passos Coelho quer afrontar o desespero dos cidadãos, das famílias e das empresas...
 
Também parece que está finalmente revelado o «conselheiro-mor» deste «PREC ao contrário», pois se a paternidade das linhas de orientação do Governo estavam por apurar, eis que aparece António Borges como a «fonte inspiradora» de actors e palavars que até aqui tínhamos dificuldade em perceber.  
 
António Borges, ontem, ao chamar "ignorantes" aos empresários portugueses e ao adiantar que  o ajustamento económico do nosso País é um sucesso tamanho que se tornou num "case study" , conseguiu, de facto, várias «proezas»:
 
Revoltar mais a comunidade nacional, ainda mal refeita do recuo na TSU.
 
Reabrir as feridas na Coligação, relativamente estancadas desde o Conselho de Estado.
 
Agitar os ânimos antes da apresentação do Orçamento do Estado, autêntica «prova de fogo» com a iminência de uma remodelação pelo meio.
 
Dar cabo do esforço dos últimos dias relativamente à concertação social e de um «clima» minimamente razoável.
 
Pôr o Primeiro-Ministro, no espaço de 3 semanas, pela 3ª vez, «entre a espada e a parede».
 
A Passos Coelho só restam dois  caminhos:
 
Ou faz uma «limpeza» no Governo e «muda de agulha» ou, caso não seja capaz, bem pode tratar de ir a Belém, entregar «as chaves» às mãos do Presidente da República.