Entre a onda de protestos no Brasil, dá que pensar a reclamada expressão intervenção militar constitucional, inexistente na ordem estabelecida.
Dá que pensar ver as pessoas na rua, em exercício das suas liberdades, apelarem aos militares para a deposição de instituições eleitas.
Dá que pensar recordarmos aquela que foi a luta dos brasileiros pela eleição democrática do Presidente da República, em 1985, após mais de vinte anos de ditadura militar.
Dá que pensar também, o esvaimento dos partidos estruturantes das democracias europeias, fenómeno que já passou para cá dos Pirinéus, onde, na década de 70, Espanha e Portugal puseram termo às ditaduras de Franco e de Salazar e, passados estes anos, as pessoas estão descontentes com as suas instituições.