Teresa Anjinho
Nuno Teixeira
Em plena «crise de vocações», também para o exercício da cidadania e entrega ao serviço da causa pública, agudiza-se não só a ideia que os partidos dão-se bem com uma certa mediocridade, como também que terão deixado cair a meritocracia que dantes os levava a «ir buscar os melhores», pois o «submundo» das organizações partidárias já quase nada tem que ver com a exaurida sociedade civil, a qual, por sua vez, também é de soslaio que olha para aquelas, no âmbito do tal «fosso» que foi sendo cavado nas últimas décadas, e que vem desaguar na questão central, do esgotamento da III República.
Ora, se é assim, a pergunta que se impõe é se a regeneração do Sistema passa por um corte abrupto no edifício jurídico-constitucional vigente e bem assim uma «limpeza geral» nos actuais titulares dos cargos públicos, ou se devemos partir para uma nova aurora do poder democrático contando com as «sementes de trigo» que, apesar de tudo, conseguem germinar no meio destas adversidades.
É claro que a interrogação só se faz para convocarmos o paralelo histórico que, ressalvadas as diferenças, pode traçar-se com os finais do Estado Novo e o advento da Revolução que nos levaria, depois, à CRP de 1976.
Donde, ensina-nos o passado recente que para erigir um País novo não se pode fazer a destrinça pelo rótulo mais fácil, como se tudo e todos fossem da mesma «loiça». Não são.
Temos casos excepcionais:
Com o respeito devido por outros, que os há, achamos aqui merecedores de referência os casos de Teresa Anjinho e Nuno Teixeira, eleitos, respectivamente, à Assembleia da República, em Junho de 2011, e ao Parlamento Europeu, em Junho de 2009, os quais estão a desempenhar os seus mandatos de acordo com aquilo que deles se espera: préstimo de valor, genuíno ideário, sensibilidade política, e apurado sentido de serviço à comunidade.
Elementar? Pois... mas se fosse assim tão elementar a excepção era regra, que não é.