terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Nem que Cristo desça à Terra

 
Pedro Santana Lopes entrou em 2015 sem meias medidas.
Mandou parar o baile. Atravessou-se e adiantou-se. Fez bem.
 
Não esperou. Nem por Passos nem pelo PSD, cujo apoio, de qualquer modo, seria sempre muito difícil e nunca por inteiro.
 
Não se deixou acantonar. Tanto pelos outros pré-candidatos como pelos partidos, relativamente aos quais, mais tarde, ficaria com espaço de manobra mais apertado.
 
Corre por fora. Inverte os ónus que sobre ele recairiam, endossando-os a quem vier da nuvem da (des)coligação.
 
Descola do teatro político-partidário. Passa por cima das legislativas e veste a camisola das quinas, pescando, entretanto, apoios à esquerda e à direita.
 
Dá sinais da “pauta”. Indicia um programa de base alargada e cariz constituinte, que irá do socialismo democrático à democracia cristã, passando pela social-democracia. Irá recentrar a agulha no Estado Social. Deverá apelar à conciliação dos portugueses, em torno de um novo rumo externo. Proporá o maior empenho, enquanto garante da unidade nacional, na promoção da estabilidade governativa, leia-se, governos de legislatura.
 
Aqui, António Costa e quem for líder do PSD, surgem como o “ticket” da candidatura de PSL, que antes de ser já é. Nem que Cristo desça à Terra.