Desde o nosso último post correu muita água debaixo das pontes. Rios de tinta foram derramados sobre papéis, que depressa amareleceram, pálidos na memória, tal é o ritmo dos capítulos da "novela" a que assistimos, cujo fim se aproxima, onde o que conta são as "cenas dos próximos capítulos", com desfecho em aberto até à votação do "público" no próximo dia 05:
- Os discursos do 25 de Abril foram remetidos para o baú da história, sem mais nem menos;
- Dá impressão que a Troika esteve em Portugal, faz imenso tempo;
- O acordo "FMI/Partidos", formalizado, primeiro, com Governo em exercício, e ratificado, depois, com cartas da Oposição, depressa se esfumou das manchetes;
- A aparição de Sócrates e Teixeira dos Santos na TV, no intervalo do Barcelona-Real Madrid, parece tão distante como os lances que guardamos desse jogo;
- Da declaração do Presidente da República, resta nada;
- Da Finlândia, temos ideia de cartas com amor;
- Os "Homens da luta" não vão desistir, garantem...
Estamos, agora, numa espécie de "Festa da Espuma": das sondagens e dos debates, dos programas e dos contra-ataques, dos comícios e das arruadas, dos vernáculos e das paródias.
Pelo que temos visto, longe vai o tempo em que se impunha um Governo integrado pelos Partidos do "arco da governação", por forma a garantir "união nacional" na execução da receita externa.
Diz-se que há muitos indecisos e que serão eles a ditar o resultado das eleições.
Pois bem.
Se assim é, dois factores hão-de ser decisivos. Por um lado, o debate entre Pedro Passos Coelho e José Sócrates. Por outro, as fífias das respectivas equipas, que até aqui têm sido bastas, como é bom de ver.
Em todo o caso, o "ónus", para não dizer a "pressão", está do lado do PSD. Passos Coelho precisa de ganhar claramente o debate, pôr ordem no seu "balneário" e esperar que os portugueses se decidam pela mudança.
Quanto ao mais, o debate entre Passos Coelho e Paulo Portas, digamos que teve a sua utilidade. Serviu para dar "um cheirinho" do que será um eventual Governo com estes líderes do PSD+CDS/PP.
Sem adjectivar, foi tal e qual.