quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O Brasil e a esperança

 
Entre outras, se há coisa em que o Brasil leva vantagem sobre Portugal é na esperança.

Em terras de Vera Cruz, os nossos irmãos lusófonos aguardam por Domingo, cheios de entusiasmo e expectativa. Acorrerão às urnas determinados e confiantes. Acreditam na força do seu voto. Sentem, talvez como nunca, que a Democracia reserva aos cidadãos da República o maior de todos os exercícios de soberania: julgar sobre quem governa.

Por cá, na “ocidental praia lusitana”, o torpor é rei. Parece que já nada move ninguém.

A percepção é que seja Pedro, seja Paulo, ou seja João a governar, vai dar tudo ao mesmo... afinal, se no início votar era eleger, tendo passado, mais tarde, a ser punir, agora, as pessoas já nem querem saber… pelo menos, já ninguém perde um segundo a falar disso.

Em 2011, em eleições “extraordinárias”, com o País falido e o FMI à porta, os portugueses foram chamados às urnas. Condenaram o Primeiro-Ministro que vinha governando desde 2005, claro. Meio desconfiado, o eleitorado deu, assim, uma maioria relativa, literalmente, ao líder da Oposição, que beneficiou, obviamente, da dúvida de um Povo encostado entre a espada e a parede.

Pois até isso o desastrado “Governo do FMI” arruinou! Já não se trata de saber quem eleger… a coisa chegou ao ponto de não se saber quem punir… é a impunidade a cavalgar ao deus-dará.

A um ano do fim da Legislatura e irmos a votos novamente, a verdade é que Portugal está pior… pior que isso, pior que a obtusa governação, foi este Governo mais não ter sido capaz que dar cabo da esperança.

Domingo, os portugueses vão puxar pelo Brasil. Força!