Tanta coisa, tanta coisa, e afinal, a adesão à greve foi de 10% para o Governo e 90% para os Sindicatos. Como é possível apurar os números de forma tão díspar? Ninguém sabe ao certo quantos portugueses fizeram greve, o que não é o mesmo que saber quantos portugueses não foram trabalhar por falta de transportes, especialmente na Grande Lisboa. Como a verdade costuma estar no meio, a greve terá andado na casa dos 30%, abaixo das expectativas dos sindicatos, portanto.
Se há coisa que irrita nas greves são os "piquetes". Carvalho da Silva dizia que uma das funções dos piquetes é sensibilizar os trabalhadores para não trabalharem. Então, se o direito à greve é fundamental, o direito ao trabalho já não é? Pode obrigar-se alguém a trabalhar num dia de greve geral? E a não trabalhar, já pode? Estranho conceito de democracia, este.
Apesar de ainda não sabermos quais as conquistas alcançadas para os trabalhadores com a "jornada de luta", o que é sabido é que a Agência Ficth, ao revêr o rating de Portugal em baixa, veio criar condições para aumentar as margens dos especuladores.
A nota mais positiva vai para os grevistas e as forças de segurança pois, de um modo geral, uns e outros exerceram os seus protestos e funções com civismo, sem inflamáveis exageros.