quinta-feira, 3 de maio de 2012

Debate sensaborão


Se fosse «a feijões», poder-se-ia dizer que o Presidente Sarkozy tinha ganho o debate. É mais vivo, mais rápido, mais expressivo e interpela melhor. Além disso, tem mais experiência. Faz lembrar um pouco José Sócrates. Já o Senhor Hollande é uma figura pouco dada a palco. Mas revelou-se «sonso» e até mordaz com o adversário. Engana-se quem subestima o seu «nervo».

Quanto ao «sumo», o debate pouco terá mudado a opinião feita sobre os candidatos. Nicolas Sarkozy teve de justificar os seus 5 anos no Eliseu e aliança com Angela Merkel no processo europeu. Passou a ideia de que é um Presidente capaz de livrar o seu país dos males piores. François Hollande, em vantagem, também ele acabou por não arriscar, optanto pela sinalização das linhas de mudança que ecoam um pouco por toda a parte sobre a necessidade de uma União Europeia apostada no crescimento por contraposição à austeridade dos «neoliberais». Passou a ideia de que a sua eleição significará um desanuviamento e uma esperança para França e para a Europa, talvez inspirado, dizemos nós, na imagem daquilo que Obama significava para os EUA e o Mundo em 2008, salvaguardadas as proporções. O que é certo é que em 2008 o Mundo queria Obama na Casa Branca, e em 2012 a Europa quer Hollande no Eliseu.

Resumindo, foi uma debate importante, mas «chato» de ver, demasiado «mastigado», sem rasgo e sem brilho. Foi um retrato daquilo que são as políticas e as lideranças europeias actuais, e da falta de líderes fortes e carismáticos, que despertem entusiasmos e paixões.

Após este debate, derradeiro, antes da eleição do 8º Presidente da V República Francesa, percebe-se melhor agora por que é que Marine Le Pen obteve cerca de 20% dos votos na 1ª Volta.