Na sua última edição de 2012, e também na última edição antes de assinalar 40 anos, só pode ser considerado significativo que o Expresso, na Única, tenha publicado uma entrevista de sete páginas a Nuno Morais Sarmento, conduzida por Clara Ferreira Alves, com fotos de Rui Ochôa e tudo, e que "durou horas e, por falta de espaço, teve de ser cortada".
Também é significativo o teor da entrevista. Morais Sarmento discorre o que pensa sob um estilo de resposta conceptual, bem articulado, consistente, onde denota pretender mostrar que sabe o que quer e para onde ir. Fixa-se substantivamente nas questões colocadas, como, por exemplo, a propósito da RTP, conquistando a empatia da entrevistadora, que não costuma ser «pêra doce» nem «passar cartão» à maioria dos protagonistas do burgo.
É ainda significativo que, apesar de toda uma narrativa em jeito um tanto do «estratega» que fala «de fora», o ex-Ministro da Presidência tenha «tergiversado» aqui e ali, como quem, por acaso, deixa cair papelinhos com recados. Especialmente quando aproveita a justificação do patrocínio de uma causa para fazer a sua «profissão de fé», declarando não ser maçom, não ser ser das secretas, nem ter simpatia pela Ongoing.
Ao dizer que um seu constituinte lhe respondera não encontrar cinco pessoas que lhe pudessem dizer o mesmo, Nuno Morais Sarmento, com «golpe de asa e de uma penada», crava um monumental par de bandarilhas no Governo, no PSD, e no PS, colocando-se na pole position dos tais quatro ou cinco que podemos encontrar para governar Portugal.
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