quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nogueira & capital

No Dia Mundial do Professor, o "inefável" da FENPROF e "adamastor" do Ministério da Educação, Mário Nogueira, deslocou-se ao Funchal, onde participou na inauguração das novas instalações de um sindicato da sua classe, em cerimónia presidida pelo Presidente do Governo Regional.

Até aqui, nada de mais, para quem não vê entre os sindicatos e os poderes públicos, necessariamente, uma relação de forças antagónicas, em permanente tensão, como se uns e outros não devessem ter presente que concorrem para fins comuns, na prossecução de interesses colectivos. Será Mário Nogueira, que ouviu, também ele, apupos dos seus pares, foi à tal inauguração baseado nesta premissa?

Com os holofotes nacionais a cobrir o acontecimento (o líder da FENPROF não é ingénuo), Alberto João Jardim aproveitou a ocasião para dizer que é contra a avaliação dos professores, e é sabido que na Região a todos foi atribuída a classificação de «muito bom», o que se traduz na progressão nos escalões e nos vencimentos auferidos. Mário Nogueira, veio "explicar-se", dizendo que estava ali na qualidade de blá, blá, blá...

Este "episódio Nogueira", por si, pouco teria de relevante. Mas pelo que representa, não pode passar em branco. Num tempo em que as instituições públicas e os partidos são acusados de definhamento, e numa altura em que se clama por uma regeneração dessas entidades e organizações, é costume os sindicatos e as suas federações escaparem às análises, como se não tivessem nada a ver com o Sistema instalado.

Nada de mais errado! Sindicatos (e Patronato, diga-se), fazem parte do establishment e também eles precisam de sofrer profundas mudanças, rapidamente, desadequadas que se tornaram as suas estruturas e o seu modus operandi nos dias que correm.