quarta-feira, 20 de abril de 2011

Insanidades em palha seca




Numa mensagem divulgada no Facebook, o Presidente da República defende que os tempos atuais constituem um "sério desafio" para a "credibilidade" do projeto de "sonhado" há várias décadas.

O Presidente da República considerou hoje que os tempos atuais constituem um "sério desafio" para a credibilidade de uma Europa unida, defendendo que se a integração europeia for dominada por "egoísmos nacionais" será uma "simples conjugação episódica de interesses".

"Os tempos atuais constituem um sério desafio para a credibilidade do projecto de uma Europa unida, tal como foi sonhada e concebida pelos seus fundadores, há várias décadas", lê-se numa mensagem do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, divulgada na sua página do Facebook.

Na mensagem, divulgada na rede social ao início da noite, o Presidente da República sublinha ainda que se "a integração europeia for dominada pelos egoísmos nacionais, o projecto de uma União afasta-se do sonho dos seus fundadores e de grandes europeístas que se lhes seguiram".

Pois, acrescenta o chefe de Estado, não se tratará de uma "autêntica União", mas apenas de "uma simples conjugação episódica de interesses de cada um dos Estados-membros".

Fonte: Expresso online, Terça-feira, 19 de Abril de 2011, 20:54


Por hipótese académica, e considerando que o artigo 7º da Lei n.º 28/82, de 15 de Novembro (Lei orgânica do Tribunal Constitucional) dispõe ser da competência do Tribunal Constitucional:
a) Verificar a morte e declarar a impossibilidade física permanente do Presidente da República, bem como verificar os impedimentos temporários do exercício das suas funções;
b) Verificar a perda do cargo de Presidente da República, nos casos previstos no n.º 3 do artigo 129.º da Constituição e no n.º 3 do artigo 130.º da Constituição.


Perante uma “infantilidade” destas, poderia haver quem defendesse ser caso para o TC intervir. Quando o mais alto magistrado do País, ainda por cima via Facebook, vem dirigir-se à União nestes termos, enquanto o Portugal está a ser intervencionado, poderá pensar-se que Cavaco Silva, se não perdeu mesmo o juízo, em definitivo, é provável que esteja, ao menos, temporariamente insano.

Diriam uns: que parvoíce, que irresponsabilidade, que falta de respeito, o que mais vão “inventar”, etc.
Retorquiriam outros: mas não tem sido o próprio PR a fazer uma interpretação dos seus poderes constitucionais na mais estrita observância da letra da Lei, remetendo-se a um gritante silêncio quando devia falar?

Pergunta-se:
- Afinal, onde residiria a maior parvoíce, irresponsabilidade e falta de respeito?
- Quem, no fim de contas, teria "inventado" mais?

Entre o Facebook do Presidente, o BE apresentar uma Moção de Censura pré-datada a 30 dias dirigida não só contra o Governo mas visando também um partido da oposição, ou o PSD num dia chumbar o PEC e no outro vir dizer que não há alternativa ao pedido de ajuda externa e às medidas da Troika, que venha o diabo e escolha. Qual delas a maior das insanidades?...


Portugal vai sofrer, mas vai resistir, que a Pátria é perene.
Eles não. De tanto atear, vão queimar-se mesmo, que caminham sobre palha seca.