terça-feira, 22 de março de 2011

Gasolina na fogueira

A propósito do apedrejamento ao autocarro do Benfica tal como ao carro do próprio Presidente do Clube, quando regressavam do jogo com o Paços de Ferreira, para além da censura que estes actos criminosos merecem, seja lá de quem for a quem quer que seja, e independentemente da reflexão que deve ser feita sobre as causas mais profundas da violência no desporto, que parece estar a crescer, ou não tívéssemos nós problemas que cheguem em Portugal, outra nota importa realçar:

Quem assitiu ao noticiário da meia-noite da SIC/N parecia que o que se passou à saída de Paços de Ferreira era comparável à guerra na Líbia ou as barbaridades dos soldados americanos no Afeganistão, tal a insistência, a sofreguidão, os termos e a atenção dada à "notícia":
«Luis Filipe Vieira ferido na mão direita», «ataque», «emboscada», dizia-se. E a comprová-lo, directos por telefone, imagens da "viatura" e ainda imagens de arquivo.

É preciso ter muito cuidado com este furor sensacionalista em volta de um incidente, reprovável, repito, mas que empolado só pode ter consequências contraproducentes.
Desde logo, no lugar do Presidente do Benfica, não deixava passar a notícia do "ferimento", nem sequer permitia que o carro fosse filmado.
Depois, no lugar da redacção da SIC/N, por amor de deus, não intercalava a notícia com a ofensiva militar na Líbia ou a reportagem da Revista Der Spiegel... haja tino!

Ou será preciso lembrar que o futebol, modalidade de massas, gera comportamentos irracionais e em vésperas de um Benfica-Porto notícias apresentadas desta forma são como deitar gasolina numa fogueira? 
Inflamar actos destes, duma forma destas, qualquer dia há MESMO feridos. Muitos e graves.
É um benfiquista que o diz e que não gostava de ver tal coisa acontecer.