No Parlamento, a propósito da polémica sobre o Grupo Jerónimo Martins, sai-se o veterano deputado João Almeida (nascido em 1976, é deputado desde 2002. Vai na IV Legislatura consecutiva) com esta:
"Se é legítimo a um empresário fazer essa opção - ainda que possa ser criticável - também os consumidores podem retirar consequências dessa opção e adaptar o seu comportamento. Qualquer consumidor, perante esta opção do empresário, pode adaptar o seu perfil de consumo".
Mas que esperteza!
É mais ou menos como dizer, «se é legítimo a um deputado fazer uma declaração dessas, ainda que possa ser criticável, também os cidadãos podem retirar consequências da esperteza saloia e adaptar o seu comportamento. Qualquer eleitor, perante a cínica vacuidade dos deputados, pode mudar o seu sentido de voto».
Poderá mesmo?
É claro que não.
Se não fôr este, será outro «Almeida», parecido.
Talvez um «D´Almeida».
Se não fôr este, será outro «Almeida», parecido.
Talvez um «D´Almeida».
Percebeu agora qual a diferença, Senhor Deputado?
Pensando bem, há uma grande diferença.
Num caso é irrelevante.
No outro, da mercearia, estamos a falar de bens de primeira necessidade.
No outro, da mercearia, estamos a falar de bens de primeira necessidade.