Mais uma edição dada à estampa pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. «Classe média: Ascensão e Declínio», de Elísio Estanque, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. A julgar pelo texto de Graça Barbosa Ribeiro do jornal «Público», um livro a ler, que servirá também, entre outros aspectos, para confirmar o fracasso do terceiro «D» do 25 de Abril... o que se criou, afinal, foi uma grande camada de novos proletários. Não estamos longe de 1974 - com uma classe média residual. Há uma diferença importante: aos «novos-ricos» das últimas décadas do século XX agora sucedem «novos-pobres», nas primeiras do Século XXI.
Aqui fica um excerto da peça da jornalista:
... O peso da classe média - "que até 1974 era absolutamente residual", nota o investigador – resulta, na sua perspectiva, de vários factores conjugados. Refere-se à progressiva generalização da frequência do ensino superior que se reflectiu na proliferação das profissões liberais; e também ao crescimento do sector público, que vê como o principal canal de mobilidade ascendente para as classes trabalhadoras, graças às políticas centradas em áreas como a Educação, a Saúde, a Justiça ou a Administração Pública.
A afirmação do Estado Social e os fenómenos de litoralização do país e de concentração urbana são outros dos factores que na sua óptica "se viriam a mostrar decisivos quando, após a instabilidade dos anos 80, Portugal entrou numa espécie de euforia política e económica", acentuada pela entrada de fundos da Comunidade Europeia. (...)
Texto na íntegra aqui: