quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um país e duas nações

Esta Maioria e este Governo entraram bem, desde a discrição com que decorreu o processo de formação do Executivo, passando pelo "coelho da cartola" que foi "sacar" Assunção Esteves para Presidência da Assembleia da República, até aos discursos na tomada de posse e aos "avais" da Troika.  

De então para cá, dá impressão que a silly season fez esmorecer os ímpetos reformistas, solenemente firmados nos ritos iniciais. Daqui a nada o Verão acaba e só por conta do Programa de Ajuda existem dezenas de medidas por tomar antes do fim de Setembro, como se sabe...

Entretanto, de um lado, já se prometem manifestações e do outro, até o Comendador Berardo diz que, "os que têm mais um pedacinho" devem participar no esforço nacional - a chamada "taxa para os ricos", importada dos EUA, adoptada na Europa, e que já faz Escola em Portugal. É claro que se os países travassem um combate conjunto às off-shores, e por cá evitássemos a assustadora fuga de capitais, a dita taxa, comparada com aquilo que escapa à tributação fiscal, seria como tapar a cova de um dente. 

Enfim... adiante:
Portugal parece estar dividido em duas nações: a dos descalços, a quem o rendimento não chega para as refeições, e a dos calçados, que já acham ser preferível dar sopa aos pobres que correr o risco de todos conhecerem fomes, pestes e guerras

Entretanto, o Governo, caso não acorde, pode ver-se confrontado com algo inédito - sofrer contestação, tanto dos que querem firmeza e rapidez na execução do Programa da Troika, como dos que têm as gargantas afinadas para gritar "FMI fora daqui" e "A luta continua, Governo para a rua".

1 comentário:

Patricia Anahory Villarinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.