quinta-feira, 31 de julho de 2014

Um suinicultor numa aldeia chinesa

 

Não é a importância do Acordo alcançado que está em causa. É claro que os fundos disponibilizados pela UE a Portugal até 2020 são consideráveis e permitem avançar com um avultado conjunto de investimentos de que o País tanto carece. Não é isso. É a parolice de Durão Barroso. Se oficialmente o Governo atura aquilo de mão estendida, já para os cidadãos não há estômago que aguente. Com aquela tirada da "pipa de massa" a pontificar, Barroso saiu-se como um autêntico javardo. Pior que revelar a sensibilidade de um suinicultor numa aldeia chinesa, ofendeu os portugueses. Mostrou que nem guarda um pingo de respeito pela terra que o viu nascer nem se lembra do meio onde foi criado. Parecia um daqueles emigrantes endinheirados de antigamente, que chegavam anafados, com as notas no bolso da camisa, colarinho branco e mais trocos a chocalhar na algibeira das calças. Claro. A primeira coisa que faziam era ir à taberna. Comprar o direito a gabar-se grosso, com uma rodada ao pessoal. Havia quem não se vergasse. Antes beber água da fonte e poder mandá-lo cavar! Continua a haver. É dinheiro público de uma União que Portugal integra e é membro de pleno direito. Não é caridade. O Sr. Barroso que vá arrotar para casa dele.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Petição - alguém faz?

 
Em nome de Portugal, alguém quer fazer uma petição ao Dr. Ricardo Salgado, apelando-lhe para que, em patriótico acto contrito, conte todos os factos relevantes sobre a podridão da III República e, com isso, leve de arrasto à Justiça quem, ilegitimamente e em benefício particular, lesou o Estado ou causou grave dano ao interesse público nas últimas décadas?

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ventos sociais do nosso tempo

 

Depois das últimas décadas terem conhecido aceleradas mudanças aos níveis político, económico, financeiro, científico e tecnológico, sopram agora com força novos ventos nos planos social e cultural.
Estamos nesse tempo.

Após a queda do Muro, quando o Ocidente ficou extasiado de febre com o "triunfo" do capitalismo, o Papa João Paulo II logo chamou a atenção que não seria esse paradigma a ditar o modelo do fim da História.
Não foi, nem é. Não será.

Este gesto - que é "apenas" mais um de toda a "revelação" do "programa" do Papa Francisco - aponta para a Responsabilidade Solidária e o Bem Comum como o fim último de todas as acções humanas.
Mesmo aquela que é do foro individual, privado ou até mais íntimo.

É um erro incorrer no simplismo e na ligeireza de rotular o pontificado de Sua Santidade com a deficiência dos chavões e o plano inferior das ideologias. Como tem sido dito e repetido, a Igreja Católica não é uma ONG.
Temos o dever de testemunhar isso, enquanto cristãos, peregrinos na Fé.

Mas não virá mal, em particular no que toca à mensagem social, que faz eco, recordarmos aquela que foi a nossa primeira impressão, a 13 de Março do ano passado - no post Roma mais perto de Porto Alegre - q
uando o Papa Francisco apareceu e daquela varanda falou ao coração do Mundo. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A cabeça tem que ir ao cepo



Assistimos este fim-de-semana a um bailado pré-nupcial com muita afición. Duas entrevistas encavalitadas fizeram zoom e vieram trazer mais nitidez ao roadshow para as eleições legislativas e presidenciais. A sobreposição de corridas que o calendário impõe está a condicionar toda a manobra preparatória, fazendo confluir os protagonistas para a formação de dois tickets. De um lado, os Antónios. Do outro, os Pedros.

Confirmem-se ou não os nomes das duplas, o certo é que os candidatos a Primeiro-Ministro, quando partirem para o circuito da carne assada, cada qual levará na lapela o seu trunfo para Belém. Ora, apesar das presidenciais, por definição constitucional, não serem eleições partidárias, sê-lo-ão mais que tudo. Assim, já daqui a um ano, com as bandeiras postas e as máquinas na estrada, parece difícil que sobre folga para que eventuais amadores, da dita sociedade civil, possam intrometer-se…

É curioso observar este fenómeno, todo ele resultante do actual quadro político-partidário, que todos dizem querer mudar. É paradoxal e ao mesmo tempo irónico serem os partidos a fiar os próximos “donos disto tudo”.
O Povo, por seu turno, espera que quem lá chegar “mude isto tudo” e acabe com a bagunça em que o País está. Ganhará, portanto, quem melhores garantias der que devolve o poder aos portugueses e restaura Portugal. Quem quiser que os eleitores acreditem terá que pôr a cabeça no cepo.
 

domingo, 6 de julho de 2014

BES - É o que parece ou parece o que é?

   
 

É bom que o BES, que parece viável, seja apartado do sector não financeiro do GES, que parece pantanoso? É.
 
É bom que a solução encontrada para a administração do BES, que parece positiva, seja capaz de dar bom governo ao Banco e suster rapidamente a nuvem de desconfiança que se abateu sobre a instituição? É.
 
É bom que o BES entre num novo ciclo, que parece afigurar-se saudável, e seja um parceiro sólido da economia portuguesa? É.
 
 
Parece que o Governo, mais ou menos discretamente, com o concurso dos accionistas, a bênção de Belém e o patrocínio do Banco de Portugal, conseguiu engendrar um quadro tipo «socialismo de mercado», passando o BES para a batuta da sua esfera de influência? Parece.
 
Parece que o Primeiro-Ministro, ao ter salientado o perfil tecnocrata da troika que vai para o BES, sentiu necessidade de neutralizar a ligação política de Vítor Bento, Paulo Mota Pinto e João Moreira Rato a ramos da família política que lidera? Parece.
 
Parece que o PSD não é do BES mas o BES é do PSD? Parece.