quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aqui, Portugal

Por causa da agitação política que se viveu na Ilha de São Miguel a 06 de Junho de 1975, a data foi posteriormente adoptada pelos poucos independentistas e mais alguns autonomistas, estes últimos baptizados «cristãos-novos» em 1976, para, uma vez por outra, sobretudo em alturas de «vacas magras», serem levantadas as bandeiras da deriva aventureira da FLA e da quebra da unidade do Estado Português.

Se não pode haver «delito de opinião» na sociedade livre e democrática que a República enforma, então, igual princípio há-de estar à mão dos açorianos das 9 ilhas, sem excepção, para dizerem aquilo que lhes vai na alma, tanto sobre a autonomia constitucional, como a propósito da invectiva independentista com que uns «senhores feudais» da Ilha de São Miguel chegam a sonhar em noites de nevoeiro.

Vamos lá a ver se nos entendemos:

Que os fins para os quais a Autonomia Regional foi consagrada na Constituição de 76 já foram quase todos alcançados, e o sistema autonómico para além de estar «esgotado» acabou por perverter-se e enquistar, necessitando agora de uma ampla reflexão, prévia à revisão do modelo, fundamental para que as pedras basilares do sistema façam sentido, de tudo isso, não temos dúvida! Sem vitalidade económica não há autonomia política que possa subsistir de futuro.

Agora, se a «solução» passa por «requentar» o 06 de Junho de 1975 em 2012, como aventam meia dúzia de «legítimos», cujas posições, mais que aos próprios, acabam por aproveitar, hoje como no passado, aos «parasitas do subsídio» e a «capatazes da República dos Ananases», preparem-se para outras «rupturas». 
Não estranhem que as ilhas do Grupo Ocidental (Flores e Corvo), por exemplo, não queiram estar nesse «barco». 
Podem assim, Senhores, preparar-se para retirar 2 das 9 estrelas da bandeira, por cima ou por baixo do açor, como queiram.

Como também podem começar a falar em nome desta ou daquela ilha, pois a expressão «Região Autónoma dos Açores» é um conceito político com apenas três décadas, as últimas, em cinco séculos de povoamento, pelo que é mais fácil desfazer a RAA que deitar abaixo um castelo de cartas. 

Basta um sopro: «Aqui, Portugal».

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