quinta-feira, 29 de maio de 2014

Limpinho


Seguro devia ter dito ontem a Costa, «Queres um Congresso? Marca já o dia e a hora».
 
Aos olhos dos portugueses, com o seu «nem não nem sim», deixando-se arrastar entre trunfos de secretaria e contagens de sargentos, mais perde a cada dia que passa.
 
Será que não percebe que para ganhar as legislativas, antes disso tem de provar que ganha limpinho contra António Costa?

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Os violinos ainda vão tocar


Na São Caetano, estão convencidos que Seguro tem as tropas socialistas na mão e que Costa vai sair disto tosquiado. É por isso que, para já, ninguém ousa meter o pé à porta. Olham para o Rato e vêem-se ao espelho. Uns e outros não querem saber de mais nada que não seja manter posições. Chegar às legislativas. Parece que quanto pior, melhor. Depois, o raciocínio é prático: o que importa é governar, custe o que custar. Pois se Passos teve de coligar-se com o CDS e aturar Portas, qual é o problema de fazer isso com o PS? Em nome, claro, do "superior interesse nacional". Então não! O que talvez não estejam bem a ver é que o espaço do centro/direita fica vazio... e fértil. Entretanto, os violinos ainda vão tocar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Isto vai acabar mal

 
 
Sobre as eleições de ontem, vamos falar curto e claro:

O PS de Seguro vai de vitória em vitória, até à derrota final. O PSD de Passos vai de derrota em derrota, até à derrota final. O risco de nenhum deles chegar às legislativas com fôlego para alcançarem uma maioria expressiva é enorme.

Um empate deixará a governabilidade bloqueada e o desempate será uma coligação dos dois partidos que redunda...rá numa autêntica salada russa. Entretanto, quem ficar de fora, as franjas, vão crescer como cogumelos. Vamos ter deputados eleitos por partidos para todos os gostos, montando-se o cerco definitivo aos do "arco da governação", em que o Regime se tem escorado desde há 40 anos.

Os aparelhos do PS e do PSD vão, cada vez mais, fazer tudo para defender a legitimidade formal que lhes assiste... não se livram de uma enorme pressão da opinião pública - e também de vozes internas ou próximas - para que acertem agulhas, antes que seja tarde. E quando mais acossados, mais fossilizados irão ficando.

Será que não percebem que a maioria dos portugueses não querem Passos nem Seguro para chefiar o próximo Governo? Será que não percebem que os portugueses estão fartos deste PSD e deste PS? Será que não percebem que estão aquecer o caldeirão que fervilhou mas não rebentou durante o tempo em que a Troika cá esteve?

Se não percebem, e depressa, isto vai acabar mal.

domingo, 25 de maio de 2014

A Aliança é outra



Há sinais desde 2004, pelo menos. Hoje, aí está a revelação.
Houve quem não visse e quem não quisesse ver.
Houve também quem tenha preferido contemporizar ou optado por trincheiras de conforto.
Vai ter que ser criada uma Aliança em Portugal. Outra. Nova. Da raiz à ponta. De alto a baixo.
Que ninguém se escuse com a Troika ou o vendaval europeu, que por cá o cacete é um trevo.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Tudo malta porreira

 

Ensinaram-me desde pequeno que as listas devem pautar-se por um mínimo de equivalência no quilate, desde o primeiro efectivo ao último suplente. Que os chamados “verbos de encher”, ainda que em posições menos cimeiras, são nefastos às candidaturas. Embora cientes, na hora de votar, nem sempre observámos esta regra. Por exemplo, quando a importância de eleger o cabeça de lista a um órgão executivo sobrepôs-se ao resto. Aqui, a consciência falou mais alto que a ciência. Adiante.
 
Nas eleições deste Domingo está em causa eleger deputados ao Parlamento Europeu, ponto. Não pode dizer-se que os candidatos sejam todos “umas estacas”. Cruzando as listas, aqui e ali, vemos gente de reconhecida capacidade. Mas esses, à partida, estão eleitos pelos fiéis militantes. Depois de uma campanha medíocre, feita de muita tolice, saloiada e episódios para desanimar, a questão põe-se entre ir ou não ir votar. Vamos votar. Mas se o voto é o direito/dever mais sério da democracia, é um bem demasiado importante para ser endossado com ligeireza, como quem faz like num post engraçado do Facebook. Sobra uma única alternativa. Usar o voto como “arma pacífica”. Nas últimas europeias, em 2009, foram apurados 165.830 votos em branco, o equivalente a 4,65%. Nestas eleições, não será de espantar que esse record seja batido.
 
Está-se mesmo a ver o início da noite eleitoral. Os porta-vozes dos partidos aparecem, com aquele ar entre o esforçadinho e o contrito, saudando os portugueses que foram às urnas, salientando a normalidade cívica com que o sufrágio decorreu, reafirmando ainda, outra vez, juras antigas, sobre a necessidade de uma ampla e profunda reflexão sobre as causas do elevado grau de abstenção. Depois, segue-se o tradicional corso de encavalitar, na altura das “leituras dos resultados”. Mais tarde, já com outra cara, os eleitos festejam... e vão às suas vidas. Afinal, “é tudo malta porreira”.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Força Benfica, aguenta Portugal!

 
Por razões fáceis de ver, "nacionalismo" foi uma palavra "proibida" nas últimas quatro décadas. Passou a usar-se a expressão "patriotismo", mais ao gosto dos dignitários da República.
 
Vem isto a propósito da final europeia que o Benfica disputa hoje em Turim, contra os nossos vizinhos andaluzes.
 
É bonito quando, independentemente do nosso clube, tratando-se de uma competição internacional, apoiamos a equipa portuguesa.
 
Afinal, somos todos parte do mesmo Estado-Nação. Assim, nacionalistas pela condição ou patriotas pelo dever, hoje somos por Portugal, seja apoiando a equipa do nosso coração, da nossa nação ou do nosso patriotismo.
 
Isto, para mais, quando, em quatro finalistas ibéricos, três são espanhóis e um português. Que bom que era contrariarmos a desproporção, sermos maiores que nós, e dividirmos os dois troféus em causa.
 
Força Benfica, aguenta Portugal!