sexta-feira, 9 de março de 2012

Chapéus há muitos



Até há uns anos, quando o dinheiro era barato e o crédito fácil, os bancos assediavam os clientes de todas as maneiras e feitios.
Antes da «crise do subprime» valia tudo: gestores de conta, muito atenciosos, ofereciam carradas de «produtos» como se fosse «a última cerveja de Ibiza». Cartas com dedicatórias e cheques já assinados. Ofertas de cartões de crédito «gold, platina e premium». Vantagens adicionais, como viagens, vouchers para hotéis e spas, enfim... um fartote de «luxos asiáticos» para os comuns dos mortais. 

"O mundo mudou em 15 dias", dizia um ex-Primeiro-Ministro. Hoje em dia, receber «brindes» dos bancos, como uma agenda pelo Natal, é distinção reservada aos depositantes/mutuários «classe A».

De há uns tempos a esta parte, o que «está a dar» é este «segmento»: seguros. Auto, casa, roubo, vida, saúde, dentes, responsabilidade civil profissional, desemprego, etc. Tudo se segura, sempre nas condições mais favoráveis para os segurados, pois claro.

Vai daí, ao abrirmos a correspondência, quando damos conta, desde contratos de apólice prontos a assinar, passando por «benefícios» indexados a esta ou aquela instituição de que sejamos membros. Seguros, inclusivamente, que não sabíamos ter nem pedimos. São «coberturas» que nunca mais acabam. As letras miudinhas não são para aqui chamadas...

As campanhias seguradoras, através dos bancos, seus donos, também «aceitam» países. O problema é que, sem «altos prémios», como vimos na Grécia, qualquer dia ficamos sem crédito e sem seguros.