É claro que, após a experiência do 2º Governo de Sócrates, o XIX Governo precisava de uma maioria.
É claro que, mesmo com um Governo de maioria, a execução do «Programa», ainda assim, precisa do PS.
É claro que a Coligação de Governo PSD+PP está coesa e tem sido solidária.
Que, de facto, os membros do Governo que pertencem ao PP estão em posições mais confortáveis, e têm sido «populares» apesar do momento de impopularidade do Executivo, lá isso, ninguém pode negar.
Não se diga que esta evidência é um «delírio» de Alberto João Jardim, o qual, note-se, há muito que defende a criação em Portugal de um «bloco de centro/direita».
A haver ironia aqui, é que, entre AJJ, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, dos três, é o líder do PSD o maior opositor da ideia, sendo que, independentemente das opções tácticas e intendências de permeio, AJJ e PP confluem no propósito federador a jusante, como toda a gente sabe.
Algo de semelhante à reorganização político-partidária que deu origem ao Partido Popular espanhol em 1989, o que, em Portugal, há quem creia, teria acontecido antes disso, caso o projecto da AD não tivesse sofrido o golpe do desaparecimento de Francisco Sá Carneiro.
Adiante:
Nada disso impede que, no uso da comunicação e da imagem, a «dar caixas» aos jornais, regra geral, os membros do CDS que estão no Governo denotem «mais escola».
Veja-se, por exemplo, o anúncio do Ministro Pedro Mota Soares, que iria criar uma cantina social em cada concelho do País, quando a medida, em rigor, trata da transferência para as IPSS´s da verba prometida pelo Governo, no âmbito dos protocolos de cooperação celebrados entre o Estado e tais instituições.
É isso que «enerva» um certo PSD. AJJ sabe disso melhor que ninguém. A nível regional, também não quer ouvir falar do CDS. Mas tudo isso é táctico, incluindo a reacção de Paulo Portas às declarações do líder do PSD/M. O que AJJ quer dizer a Pedro Passos Coelho é que o Ministro dos Negócios Estrangeiros tem uma estratégia. O que não é coisa pouca.