segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Gin é no Peter

As agências e institutos de previsão meteorológica, como esta, http://www.nhc.noaa.gov, enganaram-se. Por cá, a comunicação social foi atrás, e anda há dias a falar da passagem de um furacão nos Açores, como se as ilhas estivessem para ser varridas do mapa.

Como se fosse coisa rara ocorrerem este tipo de fenómenos no Arquipélago, para mais tratando-se de tempestades tropicais.  As autoridades locais, então dessas é que não se fala!

É claro que os responsáveis devem actuar em conformidade com os avisos e que os mecanismos previstos devem ser accionados.
Mas também não é motivo para alimentar tanto alarido, dando impressão que a Protecção Civil dos Açores estava em «teatro de guerra».

Por outro lado, esquecem-se sempre de enquadrar e contextualizar.
Os Açores, cujo território comum ao Arquipélago é o mar, portanto, região descontínua, são constituídos por NOVE ilhas, agregadas em TRÊS Grupos dispostos longitudinalmente no Atlântico numa extensão de mais de 600 km, de uma ponta à outra!

Será que niguém pensou na imagem (com que tantos tanto se preocupam) e nos reais prejuízos para a débil economia regional que todo este afã acarreta, para além preocupar exageradamente montes de pessoas de toda a parte, ansiosas por saber notícias de familiares ou amigos?

No Verão passado, foi a «crise sísmica na Ilha do Faial»... estávamos lá e não demos por nada, a não ser o telefone a tocar.

Este ano é o «Furacão Gordon»... passou por Santa Maria e, segundo o Público, Carlos César diz que não foi registado "nada de substancialmente grave, que coloque em risco alguma infra-estrutura, bens ou pessoas", aproveitando o Presidente do Governo Regional para elogiar a "resposta muito eficaz" que foi dada pela Protecção Civil. "Houve um grande trabalho de prevenção, de que estamos agora a ver os resultados", referiu ainda.

Mas quais resultados se o furacão acabou por não causar "nada de substancialmente grave"?
Ou estaria Chefe do Executivo Regional a referir-se ao «feito» de terem conseguido montar um centro de operações e ter todos os serviços e entidades em contacto?
Não é isso, afinal, o que se faz habitualmente nos simulacros?

Com toda a gente de olhos postos nas ilhas, o «Peter» http://www.petercafesport.com/ devia mas era convidar todos a visitar a Horta, dizendo que tem gin melhor que Gordon, e que as pessoas podem sentar-se na esplanada e contemplar o Pico enquanto tomam a sua bebida refrescante. Era promoção garantida e a custo zero, coisa que tanto o Governo Regional como algumas Câmaras Municipais dos Açores têm dificuldade em entender.