terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Qual seria o caminho de Francisco Sá Carneiro?



Há dias, na SIC/Notícias, vimos  João Salgueiro dar uma excelente entrevista a José Gomes Ferreira, onde  discorreu com clareza e propriedade sobre vários assuntos, com a sua uma visão para Portugal e a para a Europa.
 
Foi tão útil como interessante. 
 
O País devia escutar mais e melhor este e outros «Senadores». 
 
Curioso foi notar que o actual Presidente da Associação Portuguesa de Bancos falava com uma força interior e uma jovialidade verdadeiramente impressionantes, apesar dos seus 78 anos...
 
Caso não tivesse sido Camarate, Francisco Sá Carneiro contaria hoje a mesma idade do ex-Secretário de Estado de Marcello Caetano, que também saíu do Governo desiludido com a «Primavera Marcelista», e que haveria de cruzar-se na SEDES com o futuro fundador do PPD.  
 
Temos interpelado no passado, como continuamos a interpelar:
 
Que diria hoje Francisco Sá Carneiro?
 
Do PSD, do Governo, de Portugal, e da União Europeia...
    
Não temos uma resposta.
 
Mas temos uma doutrina, um ideário, uma linha de pensamento e um estilo.
 
Tudo isso é basto em subsídios e indicadores de um caminho.
 
Cabe, portanto, a todos aqueles que admiram a sua figura e prestam homenagem à sua memória, particularmente aqueles que com Francisco Sá Carneiro mais de perto conviveram, dar testemunho verdadeiro da sua acção e legítimo contributo a muitas das suas causas, pois, tal como ontem, mantêm-se actuais hoje.
 
P.S. I
As evocações feitas nesta data ao Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro por vezes carecem de um aspecto que lhes retira completude. Acontece serem obnubilados todos aqueles cujo destino ceifou as vidas naquela fatídica noite, igualmente merecedores das devidas homenagens. Aqui ficam os nomes dos ocupantes e da tripulação: Francisco Sá Carneiro, Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa, Maria Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo Sousa.
 
P.S. II
Ao longo de todos estes anos, a Família de Francisco Sá Carneiro tem mantido uma discrição e uma reserva muito respeitáveis, merecedoras de registo, embora nem sempre vincadas por inteiro. 
Não há notícia de alguma vez ter interferido ou deixado de permitir que a dimensão pública e partidária do governante fosse «apropriada» por todas as pessoas e entidades que se acham capazes ou competentes para tal, malgrado erros, falhas ou omissões, para mais quando, como é sabido, às vezes sucede que o que abunda no «verbo» falta em dignidade na condição humana.