sábado, 9 de abril de 2016

Sobre a demissão de João Soares

Claro que melhor fora que João Soares não tivesse dito aquilo. Claro que o excesso verbal causou desconforto ao Primeiro-Ministro e ao Governo. Claro que não é linguagem recomendável para um Ministro. Até aqui, tudo claro.
 
Todavia, do caso concreto para diante, não será assim tudo tão claro. Legítimo será questionar sobre qual dos males é maior para a sã convivência democrática. Se um desabafo sob forma de "post" no FB, ou se o desencadeamento, também no FB, de um grito gutural, a exigir a cabeça e o escalpe de um político, para gáudio de instintos bem mais bárbaros que a promessa de um tabefe.

Assim, a demissão do Ministro da Cultura só é adequada na medida em que constitua um acto edificante para o Estado de Direito Democrático. Mas nunca a "execução sumária" de um governante por "dá cá aquela palha".