domingo, 15 de maio de 2016

O 35º título do Benfica

Quando o treinador Rui Vitória chegou ao Benfica, tive a impressão que se tratava de um homem de boa índole. Mas cheguei a duvidar sobre se teria fibra para comandar um barco tão grande.
 
No início da época - cheguei a ver em Alvalade - o SLB parecia condicionado psicologicamente pela saída de Jorge Jesus, especialmente nos jogos com o Sporting. Ante o rival, os jogadores do Benfica pareciam desorientados e aturdidos. Tinham medo.
 
Que se passou depois?
 
Rui Vitória foi fazendo o seu trabalho, resistiu às primeiras tribulações, ultrapassou aquela fase de tibieza e foi-se impondo naturalmente. Foi conquistando autoridade no balneário, respeito entre os adeptos e simpatia do público, em geral.
 
Por seu turno, Jorge Jesus, após uma excelente arrancada, veio revelar-se um tanto complexado, como se para provar que é bom treinador precisasse de "bater" no seu sucessor. Para além disso, desnecessariamente, não só não ganhou mais credibilidade entre os sportinguistas como perdeu na relação de afecto que construíra com os benfiquistas.
 
Por isso, parece-me justo que, a realçar alguém, no dia em que o SLB conquista o título, seja Rui Vitória.
Pela vitória da humildade desportiva e da envergadura humana de um treinador sobre o outro, que não soube estar à altura do sucesso, especialmente quando tudo mais lhe sorria.
 
Nem por isso se deixa de sublinhar a boa época que o Sporting conseguiu, devolvendo a disputa principal aos dois grandes de Lisboa. Todavia, a propósito de treinadores, foi pena Jorge Jesus não se ter lembrado também que "Maneis há muitos".