segunda-feira, 21 de julho de 2014

A cabeça tem que ir ao cepo



Assistimos este fim-de-semana a um bailado pré-nupcial com muita afición. Duas entrevistas encavalitadas fizeram zoom e vieram trazer mais nitidez ao roadshow para as eleições legislativas e presidenciais. A sobreposição de corridas que o calendário impõe está a condicionar toda a manobra preparatória, fazendo confluir os protagonistas para a formação de dois tickets. De um lado, os Antónios. Do outro, os Pedros.

Confirmem-se ou não os nomes das duplas, o certo é que os candidatos a Primeiro-Ministro, quando partirem para o circuito da carne assada, cada qual levará na lapela o seu trunfo para Belém. Ora, apesar das presidenciais, por definição constitucional, não serem eleições partidárias, sê-lo-ão mais que tudo. Assim, já daqui a um ano, com as bandeiras postas e as máquinas na estrada, parece difícil que sobre folga para que eventuais amadores, da dita sociedade civil, possam intrometer-se…

É curioso observar este fenómeno, todo ele resultante do actual quadro político-partidário, que todos dizem querer mudar. É paradoxal e ao mesmo tempo irónico serem os partidos a fiar os próximos “donos disto tudo”.
O Povo, por seu turno, espera que quem lá chegar “mude isto tudo” e acabe com a bagunça em que o País está. Ganhará, portanto, quem melhores garantias der que devolve o poder aos portugueses e restaura Portugal. Quem quiser que os eleitores acreditem terá que pôr a cabeça no cepo.