sábado, 12 de janeiro de 2013

Quero, posso e mando

«O Governo está legitimado para governar. O Governo está mandatado pelo povo português para cumprir o seu mandato de quatro anos. O Governo não foi eleito apenas para executar o memorando de entendimento com a troika; foi eleito para governar o país de acordo com o seu próprio programa e de acordo com as necessidades que o país tem». TSF, 11 Janeiro de 2013
 
Na ressaca da Mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva, com o Orçamento suspenso da fiscalização do Tribunal Constitucional, com um alto dirigente do PSD a pedir a demissão do Secretário de Estado «da Troika», horas depois do PS ter falado em eleições, num dia em que não se fala de outra coisa que não seja o Relatório do FMI e, ainda por cima, com a publicação de uma sondagem que lhe é desfavorável, apesar disso tudo o Primeiro-Ministro decidiu «esticar a corda».
 
Gostando-se ou não de Passos Coelho, importa reconhecer que o Chefe do Executivo aparenta uma determinação inabalável e contraria quaisquer sinais de estar disposto atirar a toalha ao chão.
 
O «impasse» já não está tanto no plano da Coligação, das relações partidárias, ou entre o Governo e outros órgãos de soberania. Agora é sobretudo entre Passos e os portugueses. A «corda chia», entre o «quero, posso e mando» do PM e a capacidade do povo «aguentar».
 
Estamos para ver se Passos Coelho, com este seu «quero, posso e mando», tem músculo bastante para o «tira-teimas» do «braço-de ferro» iniciado no 15 de Setembro.