quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Charlie - Portugal e a raiz do mal

O terrorismo merece pesado repúdio e castigo exemplar. A bem de valores civilizacionais que levaram séculos e séculos a alicerçar-se, erigidos sobre a dor e o sangue de milhões e milhões de vítimas dizimadas. Por vezes comunidades inteiras.
 
Percebe-se a onda de choque que varre França e o Mundo, com manifestações gigantescas, em proporções que ainda não sabemos apurar. É bom ver a razão, que provém do coração, sair destemidamente à rua. Acima da Liberdade só cabe a própria Vida. Quando vemos ambas ser ceifadas, eis que vemos o Inferno.
 
O terrorismo é uma forma de guerra. As mais cruéis de todas as guerras são aquelas que têm motivações religiosas na sua raiz. Hoje somos “Charlie”. Como fomos “Lockerbie”, “Twin Towers”, ou “Atocha”, no passado. Tal como “Mossul”, “Maaloula”, “Baabda”, “Benghazi” ou “Peshawar”, entre outras, mais recentemente.
 
Tudo “isto”, e muito mais, carece de um entendimento diferente, quer dos EUA quer da UE, quer ONU quer da NATO ou OSCE, sobre os efeitos da “nova ordem mundial” para o diálogo inter-cultural e religioso. Se não é, o que parece é que, do lado ocidental, apenas o Vaticano tem estado verdadeiramente disposto a encarar com olhos de ver esta urgência da Humanidade.
 
Muitas vezes, quando, por cá, ouvimos dizer que nos faltam desígnios, ora aí está, uma enormíssima missão que Portugal, por ser o País mais universalista e que melhor sabe promover o diálogo em todo o espaço intercontinental, deve assumir, independentemente da exposição ou da discrição recomendáveis em cada iniciativa.
 
Ontem, falávamos de presidenciais.
 
Alguém tem dúvidas sobre quão útil seria o Presidente da República patrocinar um órgão consultivo, dentro ou fora do Conselho de Estado, que integrasse figuras de reconhecido mérito e comprovada experiência, para esta e outras causas?
 
Não é admissível que o País desperdice os préstimos, por exemplo, de Mário Soares, Ramalho Eanes, Francisco Pinto Balsemão, Freitas do Amaral, Jorge Sampaio, António Guterres, ou mesmo Durão Barroso, entre outros, os quais, antes deviam ser convocados, para a prossecução de fins tão nobres e tão caros, à portugalidade e ao Mundo.