domingo, 25 de janeiro de 2015

A Europa grega


O voto maioritário dos gregos é um apelo, para que entendamos as razões deles, que também são nossas. E uma interpelação, para que que se encontre outro modelo, numa Europa que também é deles.
 
No discurso que ainda há pouco fez, não vimos em Alexis Tsipras um tiranete ou um extremista. Vimos um democrata e vimos um líder. Vimos aquele que agora passa a ser o principal intérprete da dignidade reclamada. Legítimo.
 
Nesta tensão entre os países do Sul e do Norte, a questão passa pela proclamação que "ninguém é escravo de ninguém".
 
Tanto pode ser esse o significado das declarações do governo grego, como já foi esse o significado das declarações do governo finlandês, por exemplo.

Fundamental é que uns e outros confluam no repúdio da "escravatura".
 
Abre-se, pois, uma página nova. O tempo de reedificar os alicerces da construção europeia. O tempo de refundar. O tempo inadiável. O tempo da história futura.