segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ventos de Espanha


A retumbante vitória do PP Espanhol nas eleições regionais e municipais deste Domingo é mais que meio caminho andado para que a Moncloa passe para as mãos de Mariano Rajoy, já nas legislativas do próximo ano, caso não se realizem mesmo antes. Tendo Zapatero anunciado previamente a sua saída, ainda que com outra liderança, parece praticamente impossível que o PSOE seja capaz de se levantar dos escombros.

Curioso é notar que este ciclo dos socialistas espanhóis no poder, tanto o início, em Abril de 2004, como no fim, neste Maio de 2011, fique marcado por manifestações espontâneas, convocadas através das redes sociais. Há seis anos, a revolta que se seguiu ao ataque na Estação de Atocha foi determinante para que Espanha mudasse de rumo. Hoje, "a bomba" de 5 milhões de desempregados representados por  milhares na Puerta del Sol, tê-lo-á sido igualmente.

Se quando "Espanha espirra, Portugal constipa-se", importa observar ainda o paralelismo, de um lado e outro da fronteira:

José Sócrates chegou a Primeiro-Ministro menos de um ano após José Luis Zapatero, e corre agora o risco (o triste comício do PS em Évora, mais que o último debate, foi ilustrativo) de deixar o cargo menos de um ano antes do seu homólogo.

O tónico está dado. Os ventos de Espanha sopram a favor de Pedro Passos Coelho. No primeiro dia de campanha e a duas semanas das eleições, o PSD teve a sua primeira vitória, sem sombra de dúvida.