quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A necessidade aguça o engenho


Enquanto aguardamos por fumo branco da Cimeira do Euro, esperando que dali emane uma resposta forte e decidida, a começar pela fórmula do perdão parcial da dívida da Grécia e consequente capitalização da banca, por cá, eis que o Ministro da Economia teve de aparecer, acossado que estava o Governo pela ausência de medidas destinadas a promover o crescimento e incrementar a riqueza.

Não será difícil imaginar, tal como na famosa série britânica - Sim, Senhor Ministro, como é que do Gabinete de Álvaro Santos Pereira despontou um raio de luz: ali reunidos, pensavam, pensavam, pensavam, e alguém, de repente, depois de voltas e mais voltas à cabeça exclamou, As minas, as minas! Ao que todos responderam Como é que não nos lembramos disso antes?. Vai daí, outro acrescentou, O gás natural do Algarve... logo um assessor de imprensa tratou de alinhavar as medidas em curso, pondo-as cá para fora, e fazendo notar o valor potencial dos recursos a explorar através das concessões de Moncorvo e Jales.

Não tardou nada e já havia quem viesse falar na riqueza de Portugal, a propósito de tais medidas.

Com mais um bocadinho de esforço a pasta da Economia vai recuperar. Há mais filões para (re)descobrir. Não tarda nada, agricultura, pescas, desenvolvimento rural e outros constituirão os vectores estratégicos do crescimento nacional.

É crível que sejam criados programas algo semelhantes aos velhos «planos de fomento».

Afinal, temos riqueza e sabemos produzir. Basta que a necessidade aguce o engenho.