quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Presidente por um dia


António Barreto é hoje uma figura que o País estima e muito respeita.

O seu trabalho, sobretudo enquanto académico, investigador e sociólogo, alcandorou o "livre-pensador" a referência nacional, com um estatuto “supra”, de equidistância muito fora do comum.

De tal modo assim é que a sua palavra paira como reserva do espírito sobre as cabeças, tanto de governantes como de governados. Na verdade, todos ouvimos António Barreto com atenção.

Se houvesse Senado em Portugal, por certo que um lugar lhe seria destinado. Será até legítimo interrogar por que razão o “Senador" não integra o Conselho de Estado.

Ora, curioso é notar que, pese embora os papéis importantes que António Barreto desempenhou no plano político, quer governamental quer como parlamentar, não é daí que lhe advém a áurea.

Há dias, Marcelo Rebelo de Sousa, antes mesmo de entreabrir a janela a si próprio para Belém, abriu a porta a António Barreto para a mais alta das magistraturas, facto que não deixa de ter a sua graça...

Ultimamente, há jornais que têm convidado diversas personalidades a ser directores por um dia. Sabemos que uma iniciativa dessa natureza é impossível na Presidência da República. Mas admitamo-la, por mera hipótese: havia de ser interessante ver António Barreto chefiar o Estado por um dia, como quem dá uma entrevista à SIC ou faz um discurso no 10 de Junho.

E que dizer do Prof. Marcelo em tal exercício?
Ultrapassaria, com certeza, o share da «Casa dos Segredos», e teríamos um programa com conteúdos bem mais interessantes, com todo o respeito pelos telespectadores do reality show da TVI.