terça-feira, 17 de abril de 2012

Desperdício Zero, nota 10!

DariAcordar

Para socorrer um problema que se agudiza todos os dias, congregaram-se vontades e o empenho de muitos, um amplo leque de pessoas e instituições, a que os órgãos de comunicação social se associaram, e eis que arrancou a iniciativa Desperdício Zero da «Associação DariAcordar».

Pode ler-se no website desta Associação, acima indicado, que "A DariAcordar promove as suas iniciativas solidárias junto de entidades político-administrativas, sociais e económicas (IPSS's, Misericórdias, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia), que desejem colaborar no crescimento deste projeto inovador no campo da solidariedade social. A partir desta Associação surge o movimento Zero Desperdício que recolhe de diversos estabelecimentos as refeições que nunca foram servidas e as encaminha para Instituições Particulares de Solidariedade Social, Misericórdias, ONG e Movimentos." (...)

Isto, sim, é não só uma mensagem de esperança, como também a prova de que somos capazes de levar por diante missões muito edificantes, especialmente em tempos de privação e «depressão colectiva».

É claro que esta iniciativa não obnubila as dezenas, centenas, milhares de outras obras sem fins lucrativos que, nalguns casos há séculos e, em muitos outros, décadas, que todos os dias são garantidas aos mais necessitados por muitos portugueses de boa vontade, que emprestam generosamente à comunidade as suas forças e o melhor do seu altruísmo, seja por que inspiração fôr.
    
Ainda a iniciativa mal começou e já gostaríamos que o exemplo se multiplicasse, alastrando-se a outros domínios, pois o princípio regente é de aplicação a todas as chagas sociais mais gritantes, como a fome, mas também outras, como a saúde, educação, habitação, etc.

Muito há para discorrer após este ponto de partida.

Em última análise, o sentido de comunidade, identidade, pertença e partilha, que cabe, em primeiro lugar, à sociedade civil, intervindo o Estado como garante subsidiário, que fixa as regras em função do interesse geral, e que redistribui o rendimento pautado por tão exigentes quão imperativos critérios de «justiça social», cujo escrutínio pode e deve ser feito pelos contribuintes. É uma reflexão que nos leva longe e desemboca na premência de erigirmos novos paradigmas de «Estado Social», esgotado que está o modelo nascido no pós-guerra, e que entre nós, ainda que alinhavado na dita «Primavera Marcelista», verdadeiramente, só chegou após 1974.        


Em post aqui publicado a 06 de Fevereiro de 2010 (Para que conste - Portugal é de todos) fizémos questão de dar nota, de excertos do nosso modesto conributo para a iniciativa da SIC/Expresso/Visão, por ocasião do 25 de Abril de 2009, que acolhia propostas para um Portugal mais positivo, realizador e livre.

Aqui fica, pois, de novo. No ensejo da campanha «Desperdício Zero» podemos melhor sinalizar como esta missão em concreto vem de encontro àquilo que defendemos, o que, de modo genérico, consubstancia-se, por assim dizer, naquela que seria a primeira medida plena de simbolismo, síntese do que fica dito, mas, principalmente, do que está a ser feito.

Neste caso, pela pior das razões, a fome, o certo é que a resposta da sociedade adiantou-se e, de certa maneira, já ultrapassou o próprio Estado, que a tudo querendo acudir tudo deixa pela meia-medida. Esse é que é o ponto.        

c) Uma ideia para construir uma sociedade mais solidária: em vez do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, deveria criar-se o MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO VOLUNTARIADO, como sinal político ao País da urgência de se iniciar um sério COMBATE À POBREZA, centralizando-se meios e recursos, acabando-se com a sobreposição de tarefas dispersas por "n" entidades, e evitando-se muitos desperdícios em meios, pessoas, áreas de actuação e géneros (...).

Voltaremos ao assunto...

Por ora, centrados no destaque que a «DariAcordar» merece com inteira propriedade, formulando votos para que o Desperdício Zero alcance o maior número de pessoas e seja, de facto, uma corrente nacional que chegue aos nossos concidadãos que mais precisam, nada melhor que a o hino da causa, de João Gil e Tim, acompanhandos por diversos outros dos nossos melhores artistas.
Nota 10! Obrigado.

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