segunda-feira, 18 de abril de 2011

Maria-vai-com-as-outras?


Na Quarta-feira passada, dia 13, tivemos ocasião de manifestar num post à atenção de Paulo Portas, quão importante seria para o quadro político-partidário que o CDS/PP fique de fora do governo que resultar das eleições de 05 de Junho próximo. 

É simples: por força dos imperativos ditados pela intervenção externa e estando praticamente adquirido que nenhum dos dois maiores partidos alcançará maioria absoluta, começa a desenhar-se a formação de um novo Bloco Central, pois ainda que PSD+CDS/PP tenham um suporte parlamentar de metade dos mandatos mais um, o PS terá de fazer parte da solução governativa de "compromisso nacional" reclamado.

Significa isto que, com PS+PSD forçados ao entendimento, desde logo por serem os primeiros signatários do «Pacto FMI/Partidos», a oposição, dentro e fora do Parlamento, será confiada à CDU+BE, que recusam terminantemente subscrever o Acordo para o pedido de ajuda externa.

Assim, caso todos os partidos do «arco governativo» venham amarrar-se numa coligação tricolor, isso trará consequências complicadíssimas para o centro/direita, que fica sem voz crítica, ao passo que, à esquerda existirão "válvulas de escape", de que o Sistema precisa. 

Adiante:

O Prof. Marcelo, no seu espaço semanal na TVI, aproveitou para "entalar" o CDS/PP, dizendo que o Partido de Paulo Portas não pode deixar de assinar o Acordo, pois é impensável querer integrar o Governo sem antes integrar o «Pacto FMI/Partidos». Visto assim, faz sentido. Mas, na verdade, é uma boa esparrela:

O que impede o CDS/PP de ser responsável, assinando o Acordo que se impõe, para "salvar" Portugal antes de 16 de Maio, resguardando-se, porém, no direito de não pactuar com o Bloco Central que aí vem, optando por uma "aliança com os portugueses" pós eleitoral?

Poderá dizer-se que isso não tem lógica nenhuma, pois seria colocar-se numa posição contrária ao compromisso assumido.

Não, não! São coisas completamente diferentes:
Uma, é dar o seu aval ao empréstimo.
Outra, é passar um cheque em branco ao PS e ao PSD.

Será bom que Paulo Portas, prudentemente calado, venha esclarecer isto a tempo, ou sujeita-se, também ele, a perder a confiança de quem vê no CDS/PP a derradeira força onde depositar o voto.

Chegou a última hora de fazer a prova:

- Paulo Portas pode liderar o centro/direita?
- Mais não pode que chefiar um partido "Maria-vai-com-as-outras"?