sábado, 9 de abril de 2011

Duas ou três coisas

1. Desta vez não foi no twitter ou no Facebook. Foi lá mesmo, de viva voz, em Budapeste, paredes meias com a reunião do Ecofin, que Cavaco Silva tornou a sacudir a água do capote:  


"O Presidente da República recusou hoje qualquer intervenção na negociação com a oposição do pacote de ajuda financeira a Portugal, sublinhando que o chefe de Estado não tem meios para tal, nem a Constituição o permite.
Questionado se entende que terá de ser o Governo a negociar com os partidos o pacote de ajuda financeira que irá apresentar a Bruxelas, Cavaco Silva foi perentório na resposta: «A senhora não está com certeza a imaginar que seja o Presidente da República».

(Fonte: Diário Digital / Lusa, 9 de Abril de 2011 - bold nosso)

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2. O Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, está farto da brincadeira. Os finlandeses não percebem e a UE começa a pensar, com razão, que em Portugal está tudo louco. 


«Já mostrámos muita imaginação e especialmente muita responsabilidade para encontrar soluções que ajudem a ultrapassar a situação difícil que Portugal atravessa», respondeu Olli Rehn, na reunião dos ministros europeus das Finanças deste sábado.

(Fonte: TSF online, 9 de Abril 2011, 15:11)

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3. Onde quererá chegar o MNE, Luís Amado, com as declarações ambíguas que tem feito nos últimos tempos? Assegurar um lugar ao sol? Que tem "mamar doce", lá isso tem. 


“Não gosto da lógica de culpabilização do ponto de vista político. Todos somos culpados de uma certa forma pela crise que o País vive, todos sem excepção”, adiantou Luís Amado, para quem “deve haver antes uma lógica de responsabilidade” pois “todos temos de ser responsáveis pelas nossas próprias decisões”.

(Fonte: Negócios online, 09 Abril 2011, 16:41 - bold nosso)

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4. Acabei de ver, na íntegra, a intervenção que José Sócrates fez ontem no Congresso do PS. Sabemos como são os discursos dos líderes partidários nas reuniões magnas dos partidos. Servem, antes de mais, para mobilizar e entusiasmar as tropas. A prova dos chefes afere-se pela força e pela capacidade de inebriar as respectivas hostes, por via da energia que transmitem.

Pelo menos desse ponto de vista, o Secretário-Geral do PS fez um grande discurso. Passou ao ataque, arriscou, pôs as cartas todas em cima da mesa. Apostando tudo no juízo final, "transcendeu-se" perante os seus.
A mensagem passou para o País, através daquela prova pública que deu, quando ensaiou Está o PS todo comigo?

Quando comparado, Pedro Passos Coelho continua a ser "um Jota". Ainda que as sondagens apontem a seu favor, ocorre interpelar: 

Será que PPC teria coragem para perguntar - Está o PSD todo comigo?
Até talvez esteja... 

Mas a sua "obrigação" é outra.
O líder do PSD seria capaz de em ocasião semelhante perguntar:
Portugal confia em mim?
Os portugueses estão comigo?

Duvida-se.