quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mário Soares - não há pai pra ele

Ainda ontem, na entrevista a Mário Crespo, mostrou «como é que é». Carisma, sabedoria, simbolismo, audácia, intuição, coragem, lúcida percepção do sentimento popular, pulsão emotiva, estilo, linguagem que a todos diz, voz pátria. Toca, goste-se ou não. Soares toca.
Portugal está lotado de gente na política mas tem muito poucos políticos, na acepção clássica.
Portugal tem falta de políticos autênticos. Natos.
Soares é um político enorme. Uma referência, tanto cá dentro como lá fora. Portugal precisa de referências.

Não há comparação possível com os seus sucessores em Belém. É o dia e a noite. A água e o vinho. O azeite e o vinagre. Como diz o Povo, não há pai pra ele. Soares, que não é economista, "mexe com os mercados".

Soares não teria vindo fazer uma declaração ao País sobre o Estatuto dos Açores, ou sobre um caso de vulnerabilidades informáticas no seu computador. Mas Mário Soares, quando diante da iminente bancarrota, já tinha tido rasgo bastante para falar com os portugueses. Da mudez não reza a História, sobretudo quando há silêncios que gritam alto e quando a história acaba mal.

1 comentário:

JAJ disse...

Agora só tem falado para defender o Chaves... e as suas politicas anarquico-socialistas.