quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uma pergunta

A propósito do insólito "azar" de Ricardo Rodrigues na Assembleia da República quando dava uma entrevista à Sábado, fica a pergunta, considerando que o Senhor Deputado é Vice-Presidente da Bancada Parlamentar do PS; Político benquisto entre os socialistas; Distinto defensor do Primeiro-Ministro, na Comissão de Inquérito ao caso PT/TVI; Destacada figura pública nacional; Ilustre Advogado com reconhecida notoriedade na praça; Cidadão tido por pessoa de bem:

O que aconteceria, caso se tratasse de um responsável político que não tivesse estes pergaminhos todos, e se as circunstâncias em que se "precipitou" não fossem conhecidas de todos?

O que faria o colérico entrevistado aos jornalistas em situação idêntica, caso fosse um normal membro de um Governo Regional, um desconhecido presidente de Câmara, ou um vulgar presidente de Junta de Freguesia, por exemplo? 
Esmagava os gravadores a pontapé? Atirava-os à cabeça dos jornalistas? Saía, fechava a porta, levava a chave consigo e sequestrava os entrevistadores? Ligava ao director e dizia que a publicidade mensal do costume seria cortada? Ameaçava os jornalistas lembrando-lhes que tinham filhos para criar e o leite podia faltar lá em casa?

Afinal, quantos episódios destes acontecem no "País real", sem que seja deixado rasto ou fique registo? 

É triste. Muito triste.        

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