domingo, 11 de abril de 2010

Carcavelos by Night

O silêncio de Morais Sarmento - os comentadores da noite da SIC/Notícias levaram demasiado tempo a interpretar o par de bandarilhas de Nuno Morais Sarmento. De Marques Lopes, que pouco entende,  não se espera grande coisa... mas de António José Teixeira, francamente...

NMS não acredita na espuma simbólica da unidade "para inglês ver", que se esfuma antes das luzes do Congresso serem apagadas, defendendo, portanto, que os derrotados que apresentaram moções diferentes da vencedora, querendo, devem garantir a defesa de tais propostas nos órgãos eleitos por método de Hondt, em especial o Conselho Nacional, órgão máximo entre congressos. Ora, tendo apadrinhado a candidatura de Paulo Rangel e tendo um estatuto político bem superior ao do eurodeputado, NMS não podia aceitar um lugar qualquer e, caso o fizesse, estaria a contrariar a posição de princípio que defende, por não acreditar em listas do tipo "União Nacional".

Ontem, nas suas declarações à comunicação social, meteu um ferro no "caldeirão da unidade" e, hoje, tendo noção das repercussões mediáticas das suas palavras, inteligentemente, optou por não discursar, optando pelo endosso das "despesas" a Rangel, conseguindo o segundo ferro, como quem diz - "Se as coisas correrem mal, responsáveis são todos os que acharam muito bem saltar para o barco." Mais. Reafirmou, em entrevista audaz, a sua lealdade ao Partido e o combate aos socialistas, escusando-se, todavia, a intervir da tribuna. Reserva-se para mais tarde e poderá dizer, "Eu? Que nem fiz parte de qualquer órgão e nem sequer falei no Congresso de Carcavelos..." Marques Lopes, que depois acordou, lembrou-se daquele velho chavão de que "a política tem horror ao vazio".

Ó se tem! O vazio aberto pela fragilidade com que Pedro Passos Coelho vai sair deste Congresso (antevê-se uma composição "interessante" do próximo Conselho Nacional, e a Comissão Política é uma incógnita...) tem um rosto incontornável daqui para diante. Nuno Morais Sarmento.  

Presidenciais - é notório que boa parte do povo laranja apoia Cavaco a contragosto, por um lado, e porque intui que uma vitória de Cavaco Silva irá alavancar a substituição do Governo, levando o PSD ao Poder. No lugar de Sócrates, apresentava agora uma moção de confiança no Parlamento (já aqui defendi essa tese) e jogava mais uma carta/resposta à chantagem de Manuel Alegre. Declarava apoio a Cavaco Silva. Pois, então, nas presidenciais de 1991, o PSD de Cavaco não apoiou Mário Soares?

Passos Coelho - será incensado amanhã. Hoje, já começou a acusar o peso da responsabilidade. Isso nota-se nos mais pequenos detalhes. A tarefa que tem pela frente é enorme. O seu sucesso  vai depender da sua capacidade para conseguir segurar o barco até que o poder lhe caia no colo. E de sorte. Terá? 



Senadores - Ainda "ontem", muitos diziam já estar fartos de Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Santana Lopes, Marcelo e outros ex-líderes que não estiveram presentes em Carcavelos. Já "hoje", todos notam as suas ausências e perguntam por onde andam. Bem português. 

Sem comentários: