domingo, 4 de abril de 2010

Sovas caseiras

A designação varia consoante as regiões do País. Chamam-lhe "folar de Páscoa", "pão adubado", "massa sovada" ou "massa doce". A tradição assenta na mesma ideia; assinalar a Páscoa dos cristãos, não com ázimos, mas com pães substanciais, feitos a partir de «fermento novo», partilhados entre famíliares, vizinhos, amigos e mais carenciados (nos Açores, também vão à mesa pelas comemorações do Espírito Santo).

A boa tradição está a perder-se. Mesmo nos meios mais pequenos, a massa sovada, como lhe chamo, (o que a distingue do folar são os ovos inteiros), feita de fermento caseiro e em fornos a lenha, é cada vez mais uma raridade. Agora, as pessoas adquirem-na nas padarias e acostumaram-se às fornadas industriais. Não há comparação possível. Lembro-me, ainda não há muitos anos, daqueles pães fofos, bem amarelos e saborosos, embrulhados em toalhas brancas de linho e transportados em cestas de vimes, que mãos laboriosas tinham gosto em partilhar. Agora, vêm dentro de sacos plásticos, a cor é desmaiada, o gosto algo amargo, e custam 3 euros/seiscentos paus.

Não seria útil que em «programas», como o «Novas Oportunidades», e outros do género, se ensinasse a fazer coisas tais como "massa sovada", da boa?