quinta-feira, 1 de abril de 2010

O triângulo fatal

A «bomba» rebentará nas mãos do Presidente da República.
Caso o PR continue a «juntar a fome à vontade de comer», como tem feito, e a coberto da defesa da estabilidade e do rating português insistir na utilização do álibi perfeito para «lavar as mãos sobre a cabeça de Passos», o novo líder do PSD e os seus homens, impacientados, vão espernear forte contra Belém, e desta vez serão eles a não permitir que a fotografia de Cavaco seja posta nos cartazes…

Caso o PR seja confrontado com eleições prematuras, qualquer que seja a gestão que fizer da crise e a «solução emergente», uma das partes nunca perdoará ao «árbitro Cavaco», que verá a sua popularidade descer a pique, com inevitáveis reflexos nas presidenciais do início do ano que vem.

É por isso que Sócrates, acossado, como ainda ontem vimos no debate quinzenal na AR, deve pedir uma Moção de Confiança ao Governo, pondo todo o ónus no PSD, em sintonia com Cavaco. É por isso que o PSD, caso decida provocar a queda do Governo, fará estremecer o Presidente da República. Se a isto, por hipótese, vier somar-se o aparecimento de mais uma candidatura à direita, não é líquida a reeleição de Cavaco Silva, pelo menos com a facilidade com que vem sendo apregoada...

Se nenhum destes cenários acontecer, mantendo-se a «paz podre» até Janeiro de 2011, então, o PR terá passado no «fio da navalha». E tal situação, em princípio mais prejudicial a Sócrates, pode acabar por redundar num desgaste insuportável para Passos Coelho, considerando a «sede de poder» que existe no PSD e a exasperação laranja, tais as altas expectativas criadas neste Abril de 2010. Uma coisa é certa: neste «triângulo» um dos lados irá afundar-se.